[Açores] Angra do Heroísmo: uma janela do mundo

“Valeu a pena? Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!”
Fernando Pessoa
Frase que está gravada no chão, no Pátio da Alfândega, onde a estátua de Vasco da Gama pisa o chão de forma destemida. Quando conhecemos Angra percebemos que não podia ser de outra forma… e por isso ter sido classificada, pela UNESCO, como Património Mundial, pelo seu valor arquitectónico, histórico e cultural inigualável, com influências que vêm desde os descobrimentos. D. Maria II acrescentaria… pelo heroísmo das suas gentes, razão pela qual chamou à cidade Angra do Heroísmo.
Imaginemo-nos Vasco da Gama, no Pátio da Alfândega, a caminhar por séculos de uma gloriosa história que se ergue entre a brisa do mar Atlântico, que lhe bate nas costas, e o verde da montanha que desenha a vista e lhe serena o coração.
Imaginemo-nos Vasco da Gama…
Na sua passada larga e segura, percorre as ruas estreitas e reticuladas, de calçada tradicional, embelezadas por casas caiadas de branco, portadas pintadas de cores fortes, janelas adornadas e varandas de ferro talhado.
Subitamente olha para trás, não por temer alguma coisa, mas porque o Monte Brasil é bonito demais para lhe ser indiferente. Hoje um Parque Florestal da cidade, que tem uma das maiores fortificações atlânticas que se conhece – Fortaleza de São João Baptista – construída pelos espanhóis, entre o final do século XVI e o início do XVII, para defender a cidade dos ataques dos piratas. Na época Angra do Heroísmo era uma escala regular da Carreira da Índia – a ligação marítima entre Lisboa a Goa.

Angra presta-se à descoberta sem rumo e sem pressas… à boa maneira de Vasco da Gama. Mas até ele se surpreende com a beleza dos palácios, conventos, fortificações, ermidas, capelas e igrejas – como a Igreja da Misericórdia ou a Sé Catedral – que expressam, na sua arquitetura e talha, o abandono dos modelos de construir medievais em prol do que de novo trazia a Renascença e os Descobrimentos. Ao visitar o Museu de Angra do Heroísmo, instalado no Convento de S. Francisco, e ao subir as escadas gastas pelo tempo, percebe como a Ilha Terceira respira cultura de todos os povos. Uma viagem no tempo, entre o mar e a terra, de uma janela aberta para o mundo. Como não se comover.
Na sua passada larga e segura chega à Praça Velha, a partir da qual as artérias da cidade se espandem e se organizam. A Praça segreda-lhe que o descanso se faz no Jardim Duque da Terceira, onde as flores ‘brotam’ no inverno, os pássaros esperam sempre pela primavera e as plantas exóticas evocam a história…

… e que o deslumbramento faz-se no Alto da Memória a D. Pedro IV, que nos brinda com um verdadeiro cartão postal de Angra. Jardim e Memória estão interligados por patamares em declive, com caminhos desenhados a pedra de basalto, intervalados com pequenos lagos e fontes. Lá do alto, onde o silêncio se impõe, séculos de história ganham sentido. Afinal, só as escadas é que estão gastas pelo tempo.


Na sua passada larga e segura, regressa ao Pátio da Alfândega, e responde: Valeu a pena!
Detalhes
Planeie a sua viagem
Se fizer a reserva através dos seguintes links, não paga mais por isso e ajuda o Ir em Viagem a continuar as suas viagens
- Faça um seguro de viagem com a IATI (e ainda recebe 5% de desconto)
- Encontre o melhor alojamento no Booking. É onde fazemos as nossas reservas.
- Alugue carro, ao melhor preço, na Discover Cars. Entre e explore.
- Quer evitar filas? Reserve no GetYourGuide os seus bilhetes para monumentos e tours.
Este post pode ter links afiliados