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Covilhã é arte urbana

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Samina, artista português – “Sr. Viseu”. Rua das Portas do Sol, n.º 87, onde habita o Sr. Viseu

_ O que está ele a fotografar? Pergunta o miúdo.
_ O mural! Responde a mãe.
_Que mural? Replica ele.
_ Então passas aqui todos os dias e não viste que há ali um mural? Pergunta a mãe com expressão de admiração.
O miúdo olha para o mural, de seguida olha para a mãe e exclama: _ A sério?

A Covilhã é arte urbana. Mas não é uma arte qualquer, é uma arte que “presta homenagem ao glorioso passado da Covilhã enquanto um dos mais importantes centros de produção de lanifícios de Portugal” (Woolfest – Covilhã Art Festival), em que o tema da lã é o ponto forte. Como ficar indiferente a esta arte, se ela é um tributo à história e às gentes da cidade? Como ficar indiferente a uma arte que tem dado uma “segunda vida” a muitas cidades, por todo o mundo, ao transformar prédios e muros desgastados pelo tempo em locais coloridos, alegres e cheios de vida? Apesar de ser uma iniciativa recente (2011), parece já estar enraízado na sua população. No miúdo, que já normalizou a presença destes murais, ou nos moradores que nos sugerem a visita, como se dela fizesse parte desde sempre.

E assim fomos descobrir o centro histórico e a arquitetura da Covilhã, pelo percurso da arte urbana. E é por ela que vos vamos levar a passear connosco. Há passeios guiados, mas qualquer pessoa pode aventurar-se a pé (com ou sem mapa). Um bom ponto de partida é pela lateral da Câmara Municipal.

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ARM collective, artistas portugueses – “Untitled”. Local: junto à Igreja de Santa Maria
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ARM collective, artistas portugueses. Local: junto à Igreja de Santa Maria
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Gijs Vanhee, artista belga –  retratou um pastor da Serra da Estrela. Local: junto à Igreja de Santa Maria
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Bordalo II, artista português – “Olhos de coruja”, com uma localização  no centro histórico da Covilhã, numa zona algo esquecida da cidade. Local: Rua Alexandre Herculano com a Rua do Cotovelo]
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Mr. Dheo, artista português – retrato de uma jovem bordando. Local: Largo Senhora do Rosário
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Btoy, artista espanhol –  reinterpretou um postal de início do séc. XX que retrata um pastor. Local: Largo Senhora do Rosário
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Tamara Alves, artista portuguesa – “Orfão selvagem”. Local: Miradouro das Portas do Sol
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Regg Salgado, artista português – “Fio condutor”. Local: Miradouro das Portas do Sol
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Third, artista português – “Coração” o artista retratou um coração tridimensional feito de máquinas de tecelagem. Local: Rua Capitão Alves Roçadas / Rua de São Tiago

Ficam a faltar (por não termos fotografado) os “andoriscos” de Pantónio, que representam os visitantes que, sazonalmente, enchem os céus da cidade; a reinterpretação de azulejos portugueses, de Add Fuel; ou o mural de Vhils, alertando para o envelhecimento do interior e a solidão que afeta grande parte da população idosa. Entre outros…muitos outros,  que aparecem a cada esquina, em cada canto. Saltam à vista, fazem sentir e retratam a criatividade renovadora, os desabafos ental(h)ados ou a crítica política. Movimento, mudança. Paredes velhas que falam novas linguagens. E assim a Covilhã nos brinda.

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link-symbol_icon-icons.com_56927 Veja também:

Detalhes
março de 2018
Marcelo Andrade @iremviagem
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Comentários

  • Joaquim Laurindo Rodrigues da Silva
    17 de Fevereiro, 2018

    Grandes mudanças, apresentação do blog 5 estrelas. Gosto muito deste aspeto prático e profissional.
    A narrativa sobre como o filho interroga a mãe e a resposta desta, sobre o que parece antigo sendo recente, são certamente a melhor forma de como abrir este post. As imagens acrescentam tudo aquilo que porventura não tenha sido dito e provoca também a vontade da descoberta do muito que porventura esta cidade tem para mostrar.
    Como sempre, é um previlégeo receber estas partilhas sobre as tuas vivências, portanto aqui fica o meu muito obrigado e recebe um forte abraço deste teu amigo.

    Responder
  • 10 de Março, 2018

    Obrigada Joaquim, continuamos a crescer juntos 🙂

    Responder
  • 20 de Março, 2018
    Responder

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