Caminho de Santiago: Rubiães – Tui
Neste artigo partilhamos convosco a nossa Etapa 2 do Caminho Português de Santiago:
Etapa 2 : Rubiães a Tui
Distância e duração: 23 quilómetros, 7 horas (paragem em Valença)
Mais interessante: a primeira parte da etapa, campestre e florestal . O Centro histórico de Tui, uma surpresa! O albergue que “cheirava a casa”.
Mais difícil: A segunda parte da etapa até Valença… o alcatrão nunca foi bonito!! E o peso da mochila
Aprendizagens: podemos sobreviver com metade da roupa que trouxemos (e não foi muita)
Dicas úteis
– Nunca devemos descurar o calçado e a roupa a levar. Deixamos aqui algumas sugestões do tipo de material que utilizamos: botas, meias, calças moduláveis, impermeável adaptado a quem leva mochila.
– Leia o nosso artigo sobre “O nosso caminho para Santiago: escolhas e questões práticas”
#caminho Português de Santiago #caminho central #maio2018
Seis da manhã, o despertador tocou! O nosso e o de quase todos os que estavam no albergue. Em silêncio, parecíamos formigas no labor matinal. O destino era Tui, com paragem em Valença do Minho. À saída do albergue, atravessamos a ponte românica de Rubiães, sobre o rio Coura. Temos uma pequena subida no início, mas quase todo o trajeto é feito de forma tranquila até às margens do rio Minho.
Até Valença, a etapa tem dois grande momentos. O primeiro é mais campestre e florestal, com caminhos empedrados e vários cursos de água. Calcorreado pela fresca da manhã torna-o ainda mais bucólico. Quando chegamos à estrada entramos no segundo momento da etapa, é sinal que nos aproximamos de Valença. Aí o caminho é feito pela estrada, o que o torna mais duro.
Chegamos a Valença à hora do almoço. A entrada foi coroada pelo sol e o cansaço que se sentia parecia esmorecer. Fomos ao Posto de Turismo pedir informações para iniciar a nossa visita e deixar as mochilas. As costas pediam!
A Fortaleza de Valença é uma das principais fortificações militares da Europa, com cerca de 700 anos, e uma extensão de muralha de 5,5 quilómetros. Não íamos a Valença há cerca de duas décadas e a surpresa foi das boas. A Fortaleza foi totalmente requalificada, intra e extramuros, como nos explicava a D. Cristina, funcionária do Posto de Turismo, muito orgulhosa da sua terra. Já não são apenas as lojas de atoalhados que decoram as (estreitas) ruas de pedra. Está tudo muito mais moderno, dizia!! A única coisa que parece não mudar (e ainda bem!) é a afluência dos espanhóis, não fosse Valença do Minho um espaço de convivência galaico-minhota, por excelência. Já não se paga com pesetas, mas o espírito continua lá! As obras de requalificação do arquiteto Souto Moura parecem fazer furor por aqueles lados… uma lindeza de muralha. Andamos por lá, perdemo-nos na sua longa história. Num azulejo, um poema:
Pelas velhas muralhas de Valença,
ALICE GARÇÃO, 1928
Pela paisagem de beleza estranha,
Pelo rio que é nosso e de Espanha,
Guardo em minh’alma uma ternura imensa (…)
Do alto da Fortaleza de Valença ali estavam elas, a ponte de ferro e a cidade de Tui sorridentes para nós. Seguindo as setas, atravessamos a ponte que (re)liga as duas fronteiras. 318 metros de amena cavaqueira e boa disposição. Entramos em Espanha bem devagarinho e seguindo o trilho do Caminho Português.
Entramos na cidade, em direção ao albergue – Santo Domingo é o seu nome. Um albergue acolhedor, bem localizado e com “cheiro a casa”. De banho tomado seguimos para conhecer Tui, que nos presenteia com um centro histórico riquíssimo, que foi declarado pelo Ministério da Cultura de Espanha um conjunto histórico-artístico por causa dos traços de urbanização medieval, com ruas e placas feitas de pedra, e a presença de elementos religiosos muito significativos. Passamos pelo Paseo da Corredera, visitamos (por dentro) a Catedral de Santa Maria (construída no século XII) e passeamos pelas suas ruas. Ao fim do dia, sentamo-nos numa esplanada, na praça frente ao Palácio da Justiça, a beber uma caña acompanhada dos característicos pintxos. O sol batia no corpo e na cara. Foi perfeito.
Compramos o jantar, que degustamos no Albergue. Agora, sentados no sofá da sala comum, com uma mantinha sobre o colo, escrevemos e relembramos uma etapa exigente, mas cheia de tudo, principalmente a certeza de que não queríamos estar noutro lado.
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Detalhes
Agradecimentos
Fotografias atualizadas em março de 2021
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Manuela Duarte
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Marcelo e Vera
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