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Trilho das Fisgas de Ermelo, Serra do alvão

Neste artigo pretendemos partilhar a nossa experiência pelo trilho das Fisgas de Ermelo, na Serra do Alvão, um dos locais mais emblemático da área protegida do Parque Natural do Alvão. Inaugurado em 2016, o PR3 – Fisgas de Ermelo veio permitir um contacto mais próximo com os valores naturais desta serra.

Feche os olhos e imagine uma queda de água com um desnível de cerca de 400 metros, deslizando por entre um maciço rochoso com cerca de 480 milhões de anos. Imagine que essa queda de água vai descansando em pequenas lagoas naturais de água cristalina.

Volte a fechar os olhos, e veja-se no topo de uma serra, com uma paisagem de tirar o fôlego, onde tranquilidade e a natureza namoram.

Abra os olhos.

Está nas Fisgas de Ermelo.

INFORMAÇÕES técnicas do trilho

Designação: PR3 – Fisgas de Ermelo, inaugurado em 2016
Localização: Concelho de Mondim de Basto, Serra do Alvão
Distância: 12, 4 quilómetros
Tipo de trilho: circular, que inicia na aldeia de Ermelo
Duração prevista: 4h30m, mas pode prolongar-se por um dia inteiro se for parando nos miradouros e nas piscinas naturais para um banho.
Mapa do percurso: Aqui
Nível de dificuldade: Exigente
Características do trilho: biodiversidade, quedas de água e piscinas naturais – “piócas”

a nossa experiência

Quando se decide percorrer um trilho já registado e sinalizado, como é o caso, a novidade no percurso é pouca… ficando então a experiência de cada um/a, e é sobre isso que vos quero falar. Chegamos a Ermelo pela manhã e estacionamos o carro junto à igreja. Iniciamos o percurso PR3, seguindo a sinalização do trilho, que nos leva por entre as típicas casas de xisto e ardósia até entrarmos numa zona de bosque, que aparece sem aviso. “Aqui não há Wi-Fi, a conexão é outra”, encontramos escrito à mão num dos letreiros no meio do bosque. O aviso estava feito. A partir dali o que nos espera é viver a natureza por dentro.

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A subida da serra do Alvão é a parte mais difícil do trilho, principalmente por não ter sombras e o dia estar quente. Apesar disso, o percurso vai-nos brindando com paisagens magníficas, que as rochas quartzíticas parecem fazer brilhar. Paisagens que devemos apreciar com calma, afinal, quem é que tem pressa? Podemos parar nos miradouros, devidamente sinalizados e informativos (como o miradouro da Lomba do Bulhão) e/ou criar os nossos próprios miradouros, onde o nosso coração nos diga para parar. Foi o que fizemos. Sentados numa pedra “suspensa” sobre a serra, apreciamos, pela primeira vez, a famosa cascata das Fisgas do Ermelo.

Continuamos o percurso e as escarpas do vale do Rio Olo tornam-se cada vez mais acentuadas. É sinal que nos estamos a aproximar do miradouro Alto da Cabeça Grande, de onde se tem uma das vistas mais bonitas sobre as quedas de água. Atenção que esta vista é um privilégio apenas para quem faz o trilho… uma espécie de recompensa pelo esforço tido. Espreguiçamo-nos por lá durante algum tempo. Admito que já sonhávamos com um banho refrescantes naquelas piscinas naturais que sorriam para nós. Ao longe, o som de campainhas anunciavam presença. Centenas de cabras, guiadas por dois cães e por um pastor tímido que se escondia por entre a vegetação, acompanharam-nos pelo bosque de pinheiros até às piócas de cima.

As piócas são o nome dado às lagoas naturais que se criam em quedas de água. Normalmente, a sua água cristalina (apesar de fria) é um convite irrecusável a um mergulho. Descemos, refrescamo-nos do dia quente, e almoçamos. Inesquecível, é a palavra.

A partir daí, temos duas hipóteses: ou seguir o trilho em direcção à aldeia de Varzigueto, que é o mais recomendado (e que foi a opção do Marcelo quando fez este trilho pela primeira vez), ou então atravessar o rio, nas Piócas de Cima, para a outra margem, e subir até apanhar novamente o trilho. Foi o que fizemos, e esta opção teve duas principais razões. A primeira, por questões de tempo. A tarde ia adiantada, o tempo prometia alguma chuva e nós ainda queríamos dar um mergulho nas Piócas de Baixo. A segunda razão, pela paisagem única que este lado do vale tem sobre a serra.

Como é possível tanta beleza, tanta imponência!!! repetíamos vezes sem conta.

Seguindo caminho, que nos obriga a uma primeira subida exigente, apanhamos novamente o trilho que se faz na companhia do Monte Farinha, onde está o Santuário da Nossa Senhora da Graça, e que nos leva até um outro miradouro das quedas de água. Um miradouro mais antigo e que é acessível através de carro. Aliás, quando seguimos pela estrada nacional em direção a Ermelo, encontramos uma placa a indicar este miradouro.

A paisagem é bonita… como não ser? Mas quem já fez o trilho vai concordar connosco… está longe de ser a melhor vista para as Fisgas de Ermelo.

Começamos a descer em direcção ao Rio Olo. Um cruzamento deixa-nos escolher… pela direita regressamos à aldeia de Ermelo, pela esquerda acedemos às Piócas de Baixo

Não pensamos muito e seguimos na direção destas outras piscinas naturais, que já vínhamos a namorar desde a descida. A água convidava a entrar, e a pedra quente a permanecer. Ali, recordamos com alguma saudade a altura em que o campismo selvagem não era proibido. Seria uma experiência única pernoitar naquele cantinho virado para o céu.

O trilho termina como começa, e o regresso a Ermelo faz-se pelo bosque. Passamos por uma bonita ponte que atravessa o Rio Olo e começamos a subir para a aldeia

À chegada, o descanso fez-no no café Sabores de Alvão, um café das gentes da terra, que nos fazem sentir mais (d)a terra. E com o sol a pôr-se e as pernas a pedir repouso, regressamos a casa de coração cheio.

⭐⭐⭐⭐

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Detalhes
Visita realizada entre julho 2018
Marcelo Andrade @iremviagem
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Comentários

  • Manuela Vann Duarte
    25 de Julho, 2018

    Mais uma vez fiquei pregada aos comentários e fotos desta vossa aventura e,. para vós só me apetece dizer: “Dar um passo na direção desejada já é chegar”.Sigam o vosso sonho. Bjhs

    Responder

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