[França] Córsega, salut!
Situada no Sudoeste da França (e a oeste da Itália), a Córsega é a quarta maior ilha do Mar Mediterrâneo. Parece pequena, mas é puro engano. Tem 183 quilómetros de norte a sul, e 83 quilómetros de leste a oeste. Uma “Montanha no Mar”, caracterizada pelas suas lindíssimas paisagens que misturam costumes, culturas e uma exótica ligação entre o mar e a montanha. Alguém escreveu: “a Córsega é brutal nesse diálogo constante que estabelece entre a agressiva vegetação, o árido deserto de rocha nua e o mar sempre repousado”. Como não ter curiosidade em conhecer?
O seu interior montanhoso é percorrido por sinuosas estradas, que nos levam a descobrir pequenas aldeias. Tem picos que chegam a atingir os 2700 metros de altitude, lagos, florestas, quedas de água e maciços rochosos incríveis. O litoral é caracterizado pelas praias de areia branca e as suas maravilhosas águas de cor turquesa. No meio disto tudo podemos encontrar pequenas aldeias, que ainda guardam séculos de tradições, e uma sintonia perfeita com a natureza que as rodeia.
O povo corso tem uma personalidade muito própria e agarrada à sua história. Disputada entre italianos e franceses, a ilha é imagem de anos de luta pela independência e liberdade. A língua oficial é o Francês, mas o que mais ouvimos pelas ruas é um dialeto italiano, difícil de entender em muitos momentos. Uma França que não é francesa, uma Itália que não é italiana. Tudo isto dá a esta ilha uma mistura de raízes, que lhe aporta uma personalidade muito própria, como descrita por Alexandre Dumas no seu livro “Os irmãos Corsos”.
Partilharei convosco o meu roteiro por esta “Ilha da Beleza”, mas acima de tudo a forma como a captei… com a objetiva e com o coração.
Ajaccio (A e H)
Ajaccio foi ponto de partida (e de chegada) da minha visita à Córsega. Cheguei de avião, vindo de Nice, aluguei um carro e comecei o roteiro. Cerca de 600 km de trajeto circular, feito em oitos dias, passando por Propriano, Bonifacio, Porto Vecchio, Les Aiguilles de Bavella, Saint-Florent, L’île Rousse, Calvi e o Porto na Reserva Natural de Scandola.
Ajaccio (A) – Bonifacio (B)
Ajaccio é a capital da Córsega Sul e cidade natal do grande imperador Napoleão Bonaparte, que nasceu em 1769. Ao contrário de outros lugares da Córsega, é uma cidade muito agitada e com marcos de desenvolvimento urbano. Vale uma visita à Catedral de Notre-Dame de la Misericórdia, onde Napoleão foi batizado, e à Maison Bonapart, onde o imperador nasceu e passou toda a sua infância.
De Ajaccio segui para sul em direção a Bonifacio, mas com paragem (obrigatória) em Propriano, que é uma pequena vila, com alguns restaurantes e lojas de souvenirs. Um bom local para alugar barco e conhecer a região.
Bonifacio, situada na extremidade mais a sul da Córsega, é daqueles lugares raros, fascinantes, envolventes, que nos “querem” ver de volta logo que possível. Cidade fortificada, parece precipitar-se numa falésia branca, que a torna inesquecível.
A cidade “divide-se” em dois setores. A parte de baixo, que é formada pela marina e que tem uma aparência bem mediterrânea, é composta basicamente pela rua do cais que contorna toda a marina, decorada com algumas lojas de roupa, souvenirs, vários restaurantes e hotéis. Bom para almoçar ou jantar. Um escadório leva-nos à parte de cima, a Cidade Velha, que foi construída pelos Genoveses no séc. XII. Como referência a visitar, temos a Igreja de St. Maria Maior, a Ponte de Génes, uma ponte levadiça em tempos, e que guarda ainda o mecanismo de içamento, mesmo não sendo utilizado. Depois, perca-se pela cidade, nas suas ruas estreitas, que “contam” muita história, e visite as várias praças que existem. Em algumas delas terá uma vista arrebatadora sobre outra “marca” da cidade – a Pedra Grain de Sable – que, em forma de cogumelo, se ergue no mar mediterrâneo.
Quem puder, deve fazer um passeio de barco pelas calanques, grutas e falésias, assim como visitar o Golfo dello Sperone, local de belas praias e onde se pode praticar alguns desportos.
Bonifacio é uma das cidades mais visitadas da Córsega. E pelos vistos não é apenas atualmente. Os primeiros testemunhos da ocupação humana surgiram junto a Bonifácio, e datam de cerca de 7.000 a.C.
Porto Vecchio (C) – Les Aiguilles de Bavella (D)
De Bonifacio segui para Porto Vecchio que é uma das maiores referências da Ilha. Com uma “vida” turística muito acentuada, visitar as belas praias de Palombaggia e Piantarella é obrigatório. Praias de mar azul-turquesa, águas mornas e areia branca. Ora espreitem lá as fotos.
Rumando para norte em direção a Saint-Florent temos quase 200 km de paisagens únicas. Decidi ir em direção a Les Aiguilles de Bavella, um maciço rochoso caracterizado por picos irregulares. Para lá chegar, a estrada é sinuosa, mas de uma beleza única. Entre floresta e lagos descobri uma Córsega diferente, que decidi explorar fazendo uma caminhada até à cascata Piscia di Gallo.
Saint-Florent (E) – L’île Rousse (F) – Calvi (G)
Saint-Florent, também conhecido como o St. Tropez da Córsega, é uma pequena localidade caracterizada pelas suas bonitas ruelas, cheias de boutiques e restaurantes, que soube guardar toda a sua autenticidade com o passar dos anos. Subir à Citadella é sempre uma boa opção para termos uma vista surpreendente sobre o Golfo de Saint- Florent. Fascine-se!
De seguida, L´Île Rousse que é um dos principais portos de chegada dos ferries provenientes de Nice e é uma das raras cidades que o seu nome não provém do Italiano. Reconhecida pelas suas praias de areia fina, L´Île Rousse é uma estação balnear e zona de caminhadas muito procurada pelos turistas. São locais de visita a Igreja da Imaculada Conceição, o Mercado da Cidade, construído em 1844 e o Farol de Pietra onde me demorei… não pelo farol em si, mas por toda a zona envolvente. Situado depois do Porto da cidade, a subida faz-se em vinte minutos, sensivelmente. Marcada pelas suas rochas de cor laranja, que dão um charme único ao local, é fantástico para os amantes de fotografia. A vista lá de cima é surpreendente, o que a transforma num dos locais ideais, em toda a ilha, para ver o pôr-do-sol.
Calvi é uma cidade debruçada sobre o mar e as suas vistas são, por si só, motivo mais do que suficiente para o impressionar. Estrategicamente situada no norte da ilha, Calvi tem uma fortaleza digna dos grandes filmes de Hollywood. De longe conseguimos perceber, de imediato, a beleza que nos espera. É uma cidade de origem genovesa perfeitamente preservada.
O ideal é perder-se por lá, passear pelas ruas pitorescas da cidadela, visitar os seus monumentos identitários, como a Catedral St. Jean-Baptiste, de estilo barroco clássico (datada do séc. XIII), e desfrutar das vistas maravilhosas que nos são oferecidas pelos diferentes miradouros localizados dentro da cidade. Falando em miradouros, destaco a capela Notre Dame de la Serra, que está localizada a aproximadamente 5 km da cidade, e que nos oferece umas das melhores vistas sobre a Baía de Calvi.
Entre Calvi e Ajaccio (H)… a Reserva Natural de Scandola
No caminho para Ajaccio parei na cidade de Porto, local onde se apanha o barco para visitar a Reserva Natural de Scandola, considerada um dos locais mais bonitos e mágicos da Córsega. Dizer que foi declarada “reserva natural” em 1975 e Património da Humanidade pela UNESCO em 1983, poupa-nos as palavras para a descrever. Situada numa península formada por rochas de origem vulcânica, oferece-nos paisagens exuberantes e alberga uma biodiversidade de exceção.
E assim me despedi da Córsega. Au revoir et à trés bientôt.
Informações úteis
Como chegar
De Ferry Boat, podendo levar carro próprio e/ou alugado. Há várias empresas de transporte a partir de cidades da costa francesa, como Marselha e Nice. De avião. Há vários aeroportos na Ilha: Ajaccio, Bastia, Figari e Calvi.
Como circular pela ilha
O carro é a melhor solução, isto porque os transportes públicos na ilha são limitados e os taxis são caros.
Moeda
Euro
Língua
Francês é o idioma oficial, porém grande parte da população comunica usando o corso, que se assemelha ao dialeto toscano.
Capital
Ajaccio
Quando ir
A Córsega dá-nos muitas escolhas, depende do que se deseja fazer. Nos meses de verão (junho a agosto) o calor é intenso e há muito turismo… mas é verão 🙂 No inverno é possível esquiar. Nos meses de maio e setembro encontrará um tempo mais ameno, menos confusão e menos saturação turística.
Comer e dormir
Em todas as cidades a oferta de restaurantes e hotelaria é bastante ampla e para todas as carteiras.
Turismo na Córsega
https://www.visit-corsica.com/
Detalhes
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