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O que visitar em Braga – PARTE 1

Quantas vezes constatamos que os/as turistas conhecem melhor a nossa cidade do que nós próprios? Um jardim, um recanto, uma fonte, um monumento… por vezes… séculos de história. Braga é medieval, é romana e é barroca. Braga é modernidade,  cosmopolitismo e jovialidade. Braga é cultura, tradição e religião. Braga é ciência, futuro e evolução.

Talvez, por tudo isto, Braga tenha sido considerada, pelo Eurobarómetro sobre qualidade de vida nas cidades europeias (2016), a cidade mais feliz de Portugal e a terceira da Europa. E, em 2021, foi eleita o Melhor Destino Europeu 2021.

É impossível (v)ir a Braga e ficar-lhe indiferente.

Braga é uma cidade portuguesa situada ao Norte de Portugal. Com mais de 2000 anos, e não lhe faltam predicados: Bracara Augusta ou Roma portuguesa, cidade barroca, cidade dos arcebispos, capital ou coração do Minho, Cidade dos Três Sacro-Montes, cidade da juventude, cidade autêntica. O seu clima e morfologia do terreno deram-lhe o carinhoso nome de “penico do céu”. Para cada nome, uma história, que faz da cidade o que ela é.

Pegamos na máquina fotográfica e lá fomos nós. Palmilhamos a cidade com o conhecimento de quem cá vive e a curiosidade de quem visita. O que vos oferecemos? O nosso olhar. Um passeio visual por Braga. Neste primeiro post vamos passear pelo centro histórico da cidade. No segundo post veremos “Braga por um canudo”. Estão prontos?
Temos a certeza que vão ficar “barados”* (ver legenda no final)

_ Onde nos encontramos?
_ No centro, ali pelo chafariz… na Praça da República

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Mapa do Centro de Braga
1. Praça da República

A Praça da República é ponto de encontro, é onde se sente o pulsar da cidade, quer para os bracarenses, quer para os turistas. Lá encontra a Arcada, a Igreja da Lapa, a Fonte Luminosa e dois dos cafés mais antigos e emblemáticos da cidade o Vianna e o Astória. Por trás das arcadas, a espreitar, vemos a Torre de Menagem, de arquitetura quadrada. Uma das únicas partes sobrantes do antigo castelo medieval.

Mas a Praça da República é muito mais… paralela à Avenida Central, ela estende-se numa zona pedonal aprazível e iluminada, com zona de jardim e cheia de pequenas surpresas.

IMG_8515Neste passeio, visite o Museu e os Jardins do Museu Nogueira da Silva e permaneça. Beba um chá e coma uns scones na Cafetaria “Jardim do Chá”. Admire a sumptuosidade da Igreja e Convento dos Congregado. Fascine-se com a Livraria 100.º Página e com a beleza da Casa Roldão, uma pérola da Braga barroca em plena Avenida Central. E relaxe junto ao Monumento ao Papa João Paulo II.

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Jardins do Museu Nogueira da Silva
Igreja dos Congregados
Jardins da Avenida Central e Monumento ao Papa João Paulo II
2. Rua do Souto

A Rua do Souto é outro ícone da cidade. É a principal rua do comércio, inteiramente pedonal. Nela e a partir dela, acedemos à zona histórica da cidade. Não pode deixar de se passarelar por lá. Vamos?

IMG_8844 copieComece por tomar um café de saco no Café A Brasileira. Um ponto de encontro e convívio desde 1907.

Jogue às escondidas nas arcadas da Rua do Castelo.

Continuando a descer a rua do Souto, encontrará, do seu lado esquerdo, a Casa das Bananas. Peça “um copo de moscatel e uma banana, por favor!”.

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A ida ao “Bananeiro”, horas antes da consoada, é uma das tradições mais seguidas pelos/as Bracarenses. A Rua do Souto fica inundada por milhares de pessoas. Todos vão até ao “Bananeiro” brindar o Natal, com familiares e amigos (se quiser conhecer um pouco da história, clique aqui)

Um pouco mais abaixo o Largo do Paço, pare e contemple um dos largos mais bonitos da zona histórica, todo em granito, com um chafariz monumental de 1723. É constituído por quatro edifícios, onde atualmente se situa o Salão Nobre da Universidade do Minho, a Biblioteca Pública de Braga e o Arquivo Municipal.

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Largo do Paço

Continuando a descer, do lado esquerdo, fica uma das entradas laterais, através de um claustro, para a Sé de Braga. Se virar à direita vai para a zona da Praça do Município. Pela sua importância, passearemos por cada uma destas zonas mais à frente.

No fim da Rua do Souto, chegamos ao Arco da Porta Nova. Há quem diga que é por nunca ter tido porta que surgiu a expressão: “Deixaste a porta aberta. Vê-se mesmo que és de Braga”*. No seu largo, perde-te no Museu da Imagem e delicia-te com uma Tíbia na Casa de Tíbias de Braga.

Passando o Arco da Porta Nova, no sentido de quem desce, vire à direita. O Museu dos Biscaínhos surgirá tímido à sua esquerda. Mas se ousar entrar, ficará fascinado.

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3. Zona da Sé de Braga

“Mais velho que a Sé de Braga”* não é uma expressão qualquer.

A Sé de Braga é a mais antiga de Portugal. Toda a zona histórica da Sé é de visita obrigatória. A Sé Catedral e os tesouros da Sé. O Rossio da Sé, com os seus bares, restaurantes e comércio. A vida (noturna) mora ali. Não se esquive de passear pelas suas ruelas estreitas… aliás, passeie por todo o lado.

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“A Sé, tal como hoje a conhecemos, foi projetada no final do séc. XI pelo Bispo D. Pedro. Porém, a catedral foi construída num local onde se acredita ter existido um templo romano dedicado à deusa Ísis” (We Braga). Braga faz parte de uma das rotas do Caminho de Santiago de Compostela que tem o seu início na Sé Catedral.

Para quem aprecia Arte Sacra e Arqueologia não pode deixar de visitar o Museu Pio XII e, a poucos metros do edifício principal, a Torre de Santiago que conta um pouco da história da cidade de Braga e, no último andar, oferece-nos uma vista muito bonita sobre a cidade.

Estando na Zona da Sé de Braga, pergunte pelas Termas públicas Romanas do Alto da Cividade. Datadas do século II, são uma expressão notável da Braga Romana. Mesmo ao lado, o Museu de Arqueologia D. Diogo de Sousa. “De passagem venha ver o novo futuro que demos ao passado”, é o seu slogan. Criado em 1918 é uma referência na área da Arqueologia.

4. Praça do Município

A Praça do Município é um cartão postal da cidade, pelo seu superior valor histórico e arquitectónico. Tem dois dos mais belos edifícios barrocos da cidade – a Câmara Municipal e a Biblioteca Pública – que, frente a frente, rivalizam beleza. No centro emerge a magnífica Fonte do Pelicano.

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Edifício da Câmara Municipal
Biblioteca Pública

Mas se acha que a beleza termina aqui, desengane-se. Subindo a Rua Eça de Queiroz surge-lhe, do seu lado direito, o Jardim de Santa Bárbara. A regra é só uma… beleza e colorido. Fique por lá, beba um chá no Café Lusitana, um dos mais antigos da cidade. Tudo é razão para permanecer.

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Nas imediações, a Praça do Pópulo e a Praça Conde de Agrolongo (popularmente conhecida como Campo da Vinha). Ambas as praças, que se avizinham, têm edifícios notáveis, de alto valor histórico. Um dos atuais polos de atração é o edifício GNRation, antigo quartel da Guarda Nacional Republicana, recuperado por ocasião do Braga 2012 – Capital Europeia da Juventude.

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Praça do Pópulo
Praça Conde de Agrolongo ou Campo da Vinha
5. Avenida da Liberdade

Da Praça da República vislumbras a Avenida da Liberdade. Renovada, enfeita-se com jardins de flores coloridas e perfumadas. Esta Avenida veste-se de festa no São João – dia 24 de junho –  mas vale a pena percorrê-la em qualquer época do ano. Desce a Avenida connosco e vê o que ela nos reserva.

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O Teatro Circo é paragem obrigatória. Se puder, assista a um concerto. Prepare-se que vai entrar na sala mais bonita de Portugal.

Passando o Teatro Circo, se virar à direita – no Liberty Street Fashion – vai ter ao Largo Carlos Amarante, onde encontra a Igreja de São Marcos e a Igreja de Santa Cruz, considerada o primeiro grande marco do chamado barroco bracarense, conhecida também como a igreja dos galos casamenteiros.

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Largo Carlos Amarante e  Igreja de São Marcos

Ao passar por ela não estranhe se vir pessoas paradas a olhar para a fachada da igreja. Reza a lenda que a “moça casadoira” que encontre os três galos tem casamento assegurado para breve. Mas se dois desses galos são fáceis de encontrar, já o terceiro é um quebra-cabeças para o descobrir!

Nesse largo, uma memória de infância. O cinema São Geraldo, inaugurado em 1950 e a primeira sala de cinema de Braga. O edifício está fechado e abandonado há mais de vinte anos, e parece haver, para ele, um projeto de reabilitação que prevê a criação de lojas, restaurantes e um espaço para programação artística cultural. Vamos ter de esperar…

Ali bem perto, na Rua de São Marcos, a Casa dos Crivos, exemplar raro da arquitetura civil de Braga, dos séculos XVII e XVIII, que ressalta a intimidade doméstica e o contraste entre a vida pública e privada (a Rua de São Marcos leva-nos de volta ao café A Brasileira).

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Um pouco mais abaixo do Largo Carlos Amarante, encontrará o Palácio do Raio,  construído entre 1752 e 1755,  que é hoje um Centro Interpretativo do espólio da Santa Casa da Misericórdia de Braga. Entre, não se vai arrepender. Ficamos fascinados pelo colorido e pelo detalhe dos tetos. A perfeição do pormenor.

Mesmo em frente, a Fonte do Ídolo, um santuário rupestre e único monumento romano de Bracara Augusta a ter sobrevivido, relativamente intacto, até aos nossos dias. Em tão pouco espaço tanta história e tantas curiosidades por desvendar, até hoje. Fica a sugestão de fazerem a visita conjunta à Fonte do Ídolo e às Termas Romanas do Alto da Cividade (compra de bilhete único).

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A Avenida da Liberdade estende-se até ao Parque de São João da Ponte, de que falaremos na segunda crónica.

6. Ficar ‘ougado’* com as iguarias da cidade

A gastronomia bracarense é fantástica para “encher o bandulho”. O caldo verde e a broa de milho, as papas de sarrabulho acompanhadas dos rojões de porco, o bacalhau à Braga (mas qualquer bacalhau é bom) ou o cabrito e a vitela assada. Se não tiver muita fome, experimente as famosas Frigideiras, um salgado de massa folhada com carne, típico da cidade, que se come nas Frigideiras do Cantinho, uma das pastelarias mais antigas de Braga, fundada em 1706. Para beber, o famoso Vinho Verde da região.

Na doçaria, a longa tradição conventual e popular para “adoçar o bico”. Perca-se num Pudim Abade de Priscos, lanche uns moletinhos de São José ou coma uns Fidalguinhos. Se estiver com outras pessoas, peça um pouco de tudo e coma um ‘chichinho’* de cada. Não se vai arrepender.

Está pronto para conhecer ‘Braga por um canudo’*?
Será a próxima crónica.


* Expressões tipicamente bracarenses
  • “Barado/a” – expressão utilizada quando as pessoas ficamos admiradas ou surpreendidas com alguma coisa.
  • “És de Braga? ” – expressão usada para aqueles que costumam deixar a porta aberta. Há quem defenda que esta expressão representa a hospitalidade dos bracarenses. Gostamos desta versão 🙂
  • “Mais velho que a Sé de Braga” –  é utilizada para caracterizar algo muito velho ou antigo. A justificação está no facto de a Sé Catedral de Braga ser a mais antiga de Portugal.
  • “estou a ougar” – expressão associada à comida e que está relacionada com o desejo de comer alguma coisa e não poder.
  • “dá-me um chichinho” – expressão coloquial bracarense sinónimo de “dá-me um bocadinho para provar”.
  • “Ver Braga por um canudo” – expressão que tem como significado “não alcançar o que se deseja” ou “querer algo e não conseguir”. Está relacionada com o telescópio do Bom Jesus que, lá do alto, nos dá uma vista da cidade à distância.
Principais festividades da cidade:
  • Semana Santa – Páscoa. Além das magníficas procissões, destaca-se a figura dos Farricocos. Homens integralmente vestidos de preto, tradicionalmente descalços, que estão em penitência, carregando nas suas mãos matracas que ressoam por toda a cidade.
  • Semana Académica do Enterro da Gata – maio
  • Braga Romana – maio/ junho
  • São João de Braga – junho
  • Noite Branca – setembro
  • Braga Barroca – setembro
Mais informações sobre Braga:

Camara Municipal de Braga
We Braga
Braga Cool
Yellow bus – um tour pela cidade


Detalhes
Visita realizada entre setembro e outubro de 2018
Marcelo Andrade @iremviagem
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Comentários

  • 6 de Janeiro, 2019

    Tantas vezes passamos por uma rua, monumento, museu ou jardim e não vemos ou não lhes damos o devido valor. Obrigada por nos mostrarem Braga desta maneira. Aguça a vontade de a conhecer melhor porque realmente esta cidade é linda e tem tanto para nos dar. Obg Vera e Marcelo.

    Responder
    • 14 de Janeiro, 2019

      Essa é a parte mais interessante de viajar. regressamos sempre mais ricos <3

      Responder

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