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6 razões para visitar a Lousã

Foram quatro os motivos que nos levaram à (Serra da) Lousã. O primeiro foi desencadeado por uma tragédia nacional. Logo após os grandes incêndios de junho de 2017, a revista Visão lançou dois guias “Coração no Centro de Portugal”, como movimento de apoio e promoção ao turismo na região. Lemos os guias, apaixonamo-nos pela região e pusemos na nossa “To do List”. O segundo motivo foi querer tirar uma fotografia no Baloiço de Trevim, um dos spots mais “instagramáveis” do momento. O Marcelo já estava farto de me ouvir! “quando vamos à Lousã?”, “e passamos pela Lousã?”, “ohhhh, vamos lá!!!”. O terceiro motivo veio de uma excelente oportunidade, ir à apresentação do livro de um grande amigo, que decorreu no Palácio da Lousã. O quarto motivo é permanente… este desassossego constante que nos faz perceber que só a viajar e em movimento estamos a viver.

Começamos a nossa pesquisa.

O que fazer, o que conhecer, onde dormir, onde comer? Visitamos os sites oficiais, lemos posts em blogues, vimos fotografias. Desenhamos a NOSSA viagem. Fomos e regressamos cheios de vontade de vos contar porque é que devem visitar a Lousã, e por isso chamamos a esta crónica “6 razões para visitar a Lousã”. Quem sabe alguma delas, ou todas, se torne a vossa resposta à questão “o que nos leva a um lugar”?

Conteúdos

1. Passear nas Aldeias de Xisto
2. Caminhar na natureza
3. Visitar o Castelo da Lousã
4. As praias fluviais
5. Baloiçar-se rumo ao infinito – o baloiço do Alto do Trevim
6. Gastronomia: de comer e chorar por mais

A Lousã é uma vila portuguesa, do Distrito de Coimbra. A vila é simples, mas tem um grande património arquitetónico e histórico. Sem se aperceberem estão a passar por séculos de história. Por isso, se forem à Lousã, deem do vosso tempo à vila. Passeiem pelas ruas e párem nas praças. Visitem as igrejas, especialmente a Igreja Matriz, e passem pelo edifício da Câmara Municipal, situados no centro da vila. Não deixem de ir ao Palácio da Lousã e visitar os seus jardins. Outrora Palácio da Viscondessa do Espinhal, hoje é um hotel  inserido num edifício brasonado do século XVIII, imóvel classificado como Património Histórico de Interesse Público. Não deixem, também, de visitar a Quinta do Meiral onde está uma das marcas mais importantes da região – o famoso Licor Beirão.

A vila está aos pés da Serra da Lousã, que esconde alguns tesouros bem guardados.  Falamos das paisagens naturais e dos miradouros,  da fauna e da flora, mas também da vertente cultural e humana das Aldeias do Xisto, que lhe dão identidade e personalidade.

1. Passear nas Aldeias do Xisto

Sabiam que só a Serra da Lousã alberga 12 das 27 Aldeias do Xisto da Região Centro do país? São elas Aigra NovaAigra VelhaCandalCasal NovoChiqueiroFerraria de São JoãoPenaCasal de São Simão,  CerdeiraComareiraGondramaz e Talasnal. Atualmente com poucos habitantes, e algumas delas já inabitadas, vão-se animando com o turismo que as procura como refúgio. Estas aldeias aninham-se na Serra da Lousã e algumas delas parecem desafiar as leis da gravidade, pela forma como se equilibram serra acima.

Das 12 aldeias, visitamos Candal, Casal Novo e Talasnal. 

Em Candal estivemos à conversa com Samuel, um jovem, formado em Higiene e Segurança no Trabalho, que fala 4 línguas, mas que a paixão pela terra não o deixa ir embora. Ele e o pai são dos poucos moradores (resistentes) na aldeia de Candal. Na sua cabeça, “dezenas” de projetos, todos eles voltados para a recuperação da aldeia. Com grande sensibilidade ambiental e para a manutenção da traça original das casas, eles são uma espécie de arquitetos do rústico, especializados nas Casas de Xisto (ver Casa da Carvalha). Samuel é um jovem que não “era suposto” estar ali, mas ainda bem que está!

As Aldeias de Xisto têm mais ou menos as mesmas características. São pequenas e vêem-se rápido. Por isso, o segredo é permanecer por um tempo. Respirar fundo, apreciar o silêncio da natureza, conversar à soleira de uma porta, namorar, ou então simplesmente parar.

Pernoitamos no Talasnal e ficamos hospedados na Casa da Urze. O Talasnal é a aldeia mais conhecida das Aldeias do Xisto na Lousã. É mais movimentada do que as outras aldeias e isso reflete-se na oferta turística: alojamentos, cafés e restauração. Não desilude quem a visita. Os seus balcões panorâmicos permitem-nos desfrutar de uma paisagem única, com a cor do frio, com o cheiro a lareira acesa e sabor a um bom petisco português. Os gatos são moradores permanentes da aldeia, preenchendo o silêncio e aquecendo os espaços vazios. Para nós o Talasnal será a aldeia dos gatos (gordos).

Como visitar as Aldeias de Xisto? Podem traçar um circuito de carro que passe por todas aldeias. Os acessos estão bem sinalizados desde a vila da Lousã. Será um passeio excelente que nos leva a adentrar a Serra da Lousã, cheia de locais mágicos, paisagens inesquecíveis e surpresas ao virar da esquina, com é exemplo as instalações de madeira do Projeto “Isto é Lousã” (de que vos falaremos mais em baixo). Uma outra possibilidade é fazer um dos Trilhos Pedestres que atravessam as Aldeias do Xisto, e sobre os quais vos falaremos de seguida.

2. Caminhar na natureza

A Serra da Lousã tem quilómetros de trilhos pedestres de pequena rota, que atravessam as Aldeias do Xisto. Para quem gosta de fazer caminhadas e ser desafiado/a pela natureza, esta é uma forma perfeita para conhecer a riqueza ambiental e patrimonial que se esconde na Serra e nas Aldeias de Xisto.

Fizemos o Trilho Pedestre  PR2 LSA – Rota das Aldeias do Xisto da Lousã, um percurso circular, de 6 quilómetros, que nos leva  numa viagem no tempo. Iniciamos no Castelo da Lousã e caminhamos pelas encostas da Serra até às duas das mais emblemáticas Aldeias do Xisto: o Talasnal e o Casal Novo. O regresso faz-se pelo complexo natural e paisagístico da Nossa Senhora da Piedade.

3. Visitar o Castelo da Lousã e a Ermida da Nossa Senhora da Piedade

O Castelo de Arouse, vulgarmente conhecido como Castelo da Lousã, é paragem obrigatória. É um monumento medieval, que remonta ao período de ocupação árabe da Península Ibérica, que está incrustado num rochedo rodeado de verde. Devido às obras de manutenção, não foi possível ter acesso ao seu interior.

A Ermida da Nossa Senhora da Piedade está situada no topo do monte, com acesso por uma escadaria de xisto. Toda a zona envolvente é impactante. Desde o Castelo que, imponente, a protege, ao maciço verde que a abraça com cascatas, passadiços, percursos pedestres e locais para descobrir.

4. As Praias fluviais

Uma das praias fluviais mais conhecida e procurada no Verão é a Praia da Senhora da Piedade, que se situa a poucos metros do Castelo e a aproximadamente 2 km da Lousã. As suas boas infraestruturas de apoio, aliado à beleza natural da cascata e das piscinas que se formam de água corrente da ribeira de São João, tornam esta praia fluvial num local ideal para se passar um dia em família e/ou com amigos/as.  Do baloiço suspenso na árvore, criado pelo projeto “Isto é Lousã“, só encontramos o coração. Quem sabe no próximo verão o baloiço regressa para recriar mais um cenário idílico, em que a natureza é rainha.

As outras praias fluviais (que não chegamos a visitar) são: a praia fluvial da Senhora da Graça, também conhecida como a Praia Fluvial de Serpins, que fica a 10 km da Lousã; e a Praia Fluvial da Bogueira que está localizada nas imediações da aldeia de Casal de Ermio, a 6 km da Lousã. A Rede de Praias Fluviais das Aldeias do Xisto apresenta infraestruturas de apoio de alta qualidade, que lhe tem valido a atribuição de galardões como a Bandeira Azul ou a Medalha de Ouro da Quercus.

5. Baloiçar-se rumo ao infinito – o baloiço do Alto de Trevim e o projeto “Isto é Lousã”  

É no Alto do Trevim, nos  seus cerca de 1200 metros de altitude, que encontramos o ponto mais alto da Serra da Lousã. E é lá que está  baloiço mais “instagramável” do momento. Uma das muitas instalações artísticas do projecto “Isto é Lousã” que dão enquadramentos diferentes a lugares que, de outra forma, não teriam tanta visibilidade. Algumas destas instalações são temporárias e outras permanentes. Nós encontramos algumas danificadas/ partidas e outras que tinham sido retiradas.

Coordenadas aproximadas do baloiço: 40°04’36.4″N 8°11’26.0″W


6. Gastronomia: de comer e chorar por mais

A gastronomia é um dos ex-libris da região: a chanfana, que é rainha, o Cozido do Talasnal na broa, o cabrito assado e os pratos de caça – javali com castanhas e veado com tortulhos – acompanhados pelo vinho de Foz de Arouce. E há restaurantes que devem fazer parte do roteiro de visita, como O Burgo, que fica a caminho da Ermida de Nossa Senhora da Piedade, junto a umas piscinas naturais, o Restaurante Casa Velha, no centro da Lousã, o Restaurante Ti Lena, no Talasnal, e o Restaurante Sabores da Aldeia, em Candal. Para garantir a ida a um desses restaurantes, aconselhamos que reserve com antecedência. Por um lado, porque são restaurantes bastante concorridos e, por outro, porque alguns deles, ao serem sazonais, só funcionam ao fim de semana e só abrem se tiverem um número mínimo de pessoas (foi o que nos aconteceu com o Restaurante Ti Lena).

O que nos leva a um lugar?
Agora que vos contamos a nossa experiência pela Lousã, já têm a vossa resposta?

Boas viagens!


Detalhes
Visita realizada entre janeiro 2019
Marcelo Andrade @iremviagem
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Comentários

  • 20 de Setembro, 2019

    Ando a planear ir a esta região há bastante tempo, mas infelizmente ainda não concretizei esse desejo! As fotografias são fantásticas, tão pitorescas e inspiradoras na Lousã 🙂

    Responder

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