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Melgaço: dez experiências que o vão marcar

Melgaço é o concelho mais a norte de Portugal, pertencente ao distrito de Viana do Castelo. É terra de fronteira, raiana até ao tutano, e rica em tradições, património e lendas. Reconhecida pela gastronomia, pelo fumeiro e pelo vinho Alvarinho, Melgaço é festeiro. O potencial intrínseco de Melgaço está na Natureza e na genuinidade e hospitalidade das suas gentes. O rio Minho acolhe a adrenalina de quem desce nos seus rápidos e deu a Melgaço o título de capital do Rafting. Por isso, o Município tem apostado no turismo de natureza, na saúde e bem-estar, na gastronomia e nos vinhos, na cultura e património e no turismo desportivo. É um concelho cheio de boas surpresas, não tivesse ele um pé no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

Já fomos a Melgaço várias vezes, em diferentes contextos, e regressamos a casa sempre com vontade de voltar. Por isso, decidimos compilar aqui dez razões, a partir das nossas experiências, que vos vão fazer querer regressar a Melgaço. Ora espreitem.

conteúdos

1. Passear pelo centro histórico da vila
2. Fazer uma prova de vinho alvarinho
3. Deliciar-se com os produtos e pratos regionais
4. Relaxar nas termas de Melgaço
5. Praticar uma atividade radical
6. Fazer um dos percursos marginais do rio Minho
7. Conhecer a Branda da Aveleira
8. Ir a Cevide, o ponto mais a norte de Portugal
9. Ver o pôr-do-sol em Castro Laboreiro e visitar a vila
10. Viver Melgaço através das suas festividades

– Só para curiosos: experiências que já fizemos por lá

1. Passear pelo centro histórico da vila

Quando nos convidam para entrar em casa, devemos agradecer e apreciar o momento. Descobrir os (re)cantos à casa, abraçar a sua história e brindar (com um bom alvarinho) ao acolhimento. Afinal, é um privilégio fazer parte de tudo isto. Na vila minhota, passeie pelo centro histórico, visite o Castelo, as igrejas e os espaços museológicos, cheios de história e memória e descontraia numa prova de vinhos da região, no Solar do Alvarinho.

O que visitar :

  • Na Praça da República pare na Fonte de São João e visite as Ruínas Arqueológicas.
  • Demore-se no Castelo de Melgaço, datado do século XII/XIII, e suba ao Núcleo Museológico da Torre de Menagem. Tanta história dentro de muros.
  • Leve o ditado a sério e “pare em todas as capelinhas”, com destaque para a Igreja Matriz (do século XIII) e a Igreja da Misericórdia (do século XVI).
  • Entre no Solar do Alvarinho, também conhecido como “Edifício dos 3 Arcos”, que é uma referência na Rota do Vinho Alvarinho. Faça a degustação dos produtos da região.
  • Vá ao Museu do Cinema Jean Loup Passek e sorria… porque vai iniciar uma viagem pela história do cinema. Mesmo ao lado do Museu, passando por uns arcos, há uma varanda privilegiada para uma paisagem singular. Usufrua!
  • Não perca o Espaço Memória e Fronteira, um “museu feito de memórias de pessoas reais”. É um espaço museológico que nos conta a história da emigração ilegal dos anos 60 e 70 e nos faz um retrato do contrabando.

Para mais informações sobre cada um destes locais de interesse, consulte o site do Município.

2. Fazer uma prova de vinho alvarinho

Copo meio cheio ou copo meio vazio? Quando a Alvarinho diz respeito, o copo é sempre (meio) cheio, como deve ser a vida. Em Melgaço existem vários produtores de Alvarinho que organizam visitas guiadas às adegas ou quintas e provas de vinho (em alguns, mediante marcação prévia), com o objetivo de explicar como decorre o processo de produção do Alvarinho.

Sempre que fomos a Melgaço bebemos bons vinhos Alvarinho, e tornamo-nos apreciadores. É um vinho com personalidade, que tem tanto de vigoroso quanto de delicado. Provas fizemos duas, na Quinta do Soalheiro, que é a primeira marca de Alvarinho em Melgaço e um dos primeiros produtores portugueses de Alvarinho.

E no Valados de Melgaço, uma empresa familiar, com duas marcas próprias: Valados de Melgaço e Quinta de Golães. Apesar de ser mais recente, já conquistou o seu espaço, pela qualidade reconhecida dos seus vinhos.

3. Deliciar-se com os produtos e pratos regionais

Não viajamos por causa da gastronomia, mas não há viagem que não tenha memórias de um bom convívio à volta da mesa, com doses nortenhas de comida, bebida e boa disposição. Sentamo-nos dois, mas no final já somos vários de “rosetas nas bochechas”.

Em Portugal come-se muito bem, mas o Norte é mestre exímio na arte do paladar. Nestas nossas experiências gastronómicas, Melgaço tem selo de qualidade. A cozinha tradicional é simples, mas de grande qualidade, como o cabrito no forno de cozer pão, o sarrabulho, a vitela assada ou a carne cachena, o bacalhau ou os peixes do Rio Minho, com particular destaque para a lampreia. Tudo isto acompanhado pelo inigualável vinho alvarinho, que é o produto regional mais popular. Além disso, ainda temos o fumeiro (presuntos e enchidos), os queijos, as compotas e o mel produzido pela abelha buckfast. No final, só mesmo uma branda para acudir à sonolência… e até isso Melgaço tem!

Por isso, uma visita a Melgaço não fica completa se não adentrarmos a sua gastronomia. Sabemos que o produto regional mais popular é o vinho alvarinho (que já falamos em cima), e que deve acompanhar sempre qualquer experiência gastronómica.

Dos vários produtos regionais destacamos o fumeiro (presuntos e enchidos), os queijos e as compotas. Numa das nossas visitas a Melgaço fomos à queijaria Prados de Melgaço (que recomendamos a visita) e esta foi a nossa experiência:

“Música de SPA, escovas de massagem e silêncio num Cabril, com cerca de 400 cabras, são motivos suficientes para criar alguma surpresa. _ “Se o stress afeta a quantidade e a qualidade do leite, e se pretendemos um bom leite, é necessário providenciar o bem estar das cabras”, explicava um dos funcionários que nos recebeu. Sem dúvida, um espaço diferente e que marca a diferença. O grande segredo do sucesso parece estar no facto de produzirem o próprio leite, garantindo, desta forma, a qualidade em todo o processo de produção do queijo. A queijaria Prados de Melgaço tem cinco referências: um queijo fresco para barrar, três curados – onde varia o tempo de cura e o acabamento – e um Camembert de cabra, curado em Vinho Alvarinho. (…) Um queijo cheio de personalidade, de paladar marcado, daqueles que não se esquece”.

Mel de Melgaço é outro dos seus produtos regionais, especificamente, o que é produzido pela abelha buckfast que é um produto regional não industrializado. O melhor mesmo é provar este mel diretamente do favo. Inesquecível.

Depois temos os pratos regionais, de comer e chorar por mais. Aliás a Sub-Região de Monção e Melgaço é um roteiro obrigatório para apreciadores gastronómicos. A cozinha tradicional é simples, mas de grande qualidade, com paladares caseiros. Destacamos aqui cabrito no forno de cozer pão, o sarrabulho, a vitela assada ou a carne cachena, o bacalhau, a Lampreia do Rio Minho.

Para comer estes pratos regionais sugerimos os seguintes restaurantes, onde estivemos e gostamos muito de comer. Mas aqui entre nós… em Melgaço come-se sempre bem.
A Tasquinha de Melgaço
Chafarix
Adega Sabino
O Brandeiro
Adega do Sossego

Restaurante Chafarix
4. Relaxar nas Termas de Melgaço

As Termas de Melgaço estão dentro do Parque Termal do Peso que é um complexo que compreende os jardins e o edifício envidraçado da Fonte Termal, onde se encontra o Buvete construído em 1909 e que, em tempos idos, era um local de convívio e de encontro, onde as pessoas se reuniam para beber as águas terapêuticas. Do lado oposto encontramos o Balneário das Termas que tem piscinas dinâmicas e gabinetes para massagem e tratamentos com as águas termais.

O Balneário está a ser gerido, desde junho 2017, por um grupo privado. Com o slogan Vida em Pleno pretendem que as Termas de Melgaço voltem a ter o protagonismo e o glamour de outrora. Tranquilidade e harmonia é o que sentimos quando chegamos a este lugar.

5. Praticar uma atividade radical, afinal está no “Destino de Natureza mais Radical de Portugal”

Arrisque numa experiência de rafting, canyoning ou pedestrianismo, e não se vai arrepender. Em Melgaço é possível praticar desportos de rio e montanha ao longo de todo o ano. Esta tem sido uma grande aposta da Câmara Municipal que, através da campanha Discover Melgaço, tem procurado afirmar o concelho como “o destino de natureza mais radical do país”. A verdade é que está tudo lá!

6. Fazer um dos percursos marginais do Rio Minho

Para quem gosta de caminhar, fazer este percurso é uma boa forma de conhecer a beleza da região. O percurso, de cerca de 6 quilómetros, tem nove etapas, iniciando-se no centro da Vila e seguindo em direção ao Centro de Estágios do Monte Prado. O trajeto faz-se tendo o Rio Minho como companhia e os vinhedos de alvarinho. O passeio termina na localidade de Peso, onde podemos encontrar o Parque e as Termas de Melgaço. Um ótimo local para um merecido descanso. Como o percurso não é circular, ou faz o caminho de volta ou chama um taxi para o levar à vila.

Sempre que a paisagem o permitir páre para observar o Rio Minho. Ele é imponente. Sabia que até a metade do século XX o rio Minho era o viveiro natural de peixes mais importante da Península Ibérica? Salmões, sáveis, lampreias, enguias, solhas, entre muitos outros. Nele, as célebres pesqueiras, que são seu património cultural e paisagístico. Só do lado português há cerca de 130 pesqueiras ativas. Há toda uma arte ancestral na construção destas pesqueiras, desde a escolha dos melhores sítios, ao processo de erguer os muros, passando pela escolha das redes mais adequadas e da sabedoria dos pescadores, cheios de (boas) histórias.

7. Conhecer a Branda da Aveleira

É no local onde os ponteiros do relógio param e o sinal do telemóvel deixa de funcionar que te reencontras… com o tempo, com a história, com os paladares e com a natureza. Este local chama-se Branda da Aveleira. Está localizada na entrada do Parque Nacional da Peneda-Gerês, a uma altitude de 1120 metros. De grande valor antropológico, a branda recria a tradição secular da transumância do gado e a sua aldeia é expressão da tipicidade da região e do “modus vivendi” de uma época, “um legado que os pastores nos deixaram”. Hoje, a Branda da Aveleira é vocacionada para o Turimo Rural e de Montanha. Dispõe de oito casas rurais (designadas de cardenhas), recuperadas para o turismo, que mantêm a traça original e uma decoração rústica. Quem disse que não pode dormir numa “cardenha” com as comodidades da cidade?

No local que não conhece a pressa, a natureza resplandece… nos cavalos selvagens que livremente se passeiam pelos campos, nas vacas rechonchudas deitadas no pasto, ou no labor de abelhas com pedigree, que produzem um mel genuinamente doce. No local que não tem “rede”, as crianças brincam na terra e o convívio é feito à volta da mesa, com a gastronomia local. E aqui, o restaurante O Brandeiro é rei. E depois de um bom repasto só mesmo uma Branda para acudir a sonolência.

8. Ir a Cevide, o ponto mais a norte de Portugal

Sabem qual é o ponto mais a norte do País, onde está o Marco n.º 1 que divide Portugal e Espanha? Que rufem os tambores… Cevide, a aldeia onde começa Portugal, local mais setentrional do país, onde o “galo canta para três províncias”: Minho, Ourense e Pontevedra. Ficamos a conhecer Cevide pela voz apaixonada de Mário Monteiro, filho da terra e parente de todos os seus ancestrais. “Cevide é um poema”, dizia!

9. Ver o pôr-do-sol no Castelo de Castro Laboreiro e visitar a vila

Subimos aqueles 800 metros de uma assentada. Para quem já foi ao Castelo de Castro Laboreiro conhece-lhe a exigência. Mas ver o por-do-sol, bem lá do alto, merecia esse esforço. O Castelo de Castro Laboreiro não é do estilo “conto de fadas”, é um castelo austero, como é a sua história, mas cheio de misticismo. Não dá para explicar, só para sentir. Lá do alto dos seus 1033 metros, o som do silêncio desperta-nos a atenção para a imponência da paisagem e, num suspiro profundo, murmuramos: está tudo aqui!

Depois de ver o pôr-do-sol no Castelo de Castro Laboreiro, deixamos uma sugestão. Acabe o dia nos banhos termais de Lobios. Uma piscina de água quente, fumegante, a céu aberto, que recebe  generosamente quem por lá passa.

10. Viver Melgaço através de uma das suas festividades… “Olhá festa!!!”

Não se esqueça que Melgaço é festeira, por isso, aproveite um dos muitos eventos e festividades da região e vá. Não há desculpas, Melgaço é para todos os gostos! Enumeramos algumas das principais festas do concelho e para mais informações, veja aqui.

  • Fins de semana gastronómicos (março)
  • Festa do Alvarinho e do Fumeiro, que é uma das maiores feiras gastronómicas nacionais (abril)
  • Festa do Corpo de Deus e os seus Tapetes de flores que enfeitam as ruas (depois da Páscoa)
  • Alvarinho Wine Fest (junho)
  • Pegada Zero que decorre durante as Jornadas de Turismo de Natureza – Pegada Zero (junho)
  • Festa de São João, que enche as ruas de folia (junho)
  • Melgaço em Festa (agosto)
  • Festa do Espumante de Melgaço (novembro)
  • MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço
  • Eventos desportivos que decorrem durante todo o ano ( Melgaço Alvarinho Trail, Peneda Gerês Trail Adventure, Maratona BTT, etc.)

Para mais informações:
Loja Interativa de Turismo
Praça da República, 133 | Telefone: +351 251 402 440 | E-mail: turismo@cm-melgaco.pt
Site da Câmara Municipal de Melgaço
Discover Melgaço

– só para curiosos: Experiências que já fizemos por lá


Detalhes
Setembro de 2019 [atualizado a 17 de fevereiro de 2021]
Marcelo Andrade @iremviagem
Agradecimentos

Município de Melgaço
Discover Melgaço
Termas de Melgaço
Quinta do Soalheiro
Valados de Melgaço
Restaurantes: O Brandeiro, Adega Sabino, Tasquinha de Melgaço, Chafarix

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Comentários

  • José Carlos pires
    15 de Setembro, 2019

    Olhando para esta publicação salta a vista a forma tendenciosa e triste como alguns técnicos, que por aqui andam a ganhar o seu pão, tratam o maior ícone turístico do alto Minho que é castro laboreiro. É uma vergonha aquilo que por aqui acontece e a forma como tentam desvalorizar o petencial da terra única.

    Responder
    • 15 de Setembro, 2019

      Não percebemos o seu comentário José Carlos. Acima de tudo, como é que esta publicação sublinha qualquer forma de desvalorização de Castro Laboreiro!!

      Responder
  • Rui de Carvalho
    5 de Novembro, 2020

    Desde ja um bom dia a todos os
    Melgaçenses.
    Imagino que tudo o que aqui vi e li e graças a uma equipa, meus parabéns, sem dúvida que Melgaço e terra de historia, tradições, gastronomia lazer e turismo.
    Sou Melgacçense há 49anos e ja corri todas as freguesias fo consselho, umas chamam mais a atenção que outras, como por todo o mundo, desde a vila de Melgaço até Castro laboreiro muitas ficam no meio,umas com mais histórica que outras, Castro laboreiro lindas paisagens e voa gastronomia, N.S. da Peneda, Lamas de Mouro, bolsa dos homens e vindo por todas as freguesias Cubalhão com o seu fumeiro e sem poder deixar de falar na freguesia de Fiães onde alem de sua emblematica idreja e tambem o antigo conbento, na vila de Melgaço a igreja matriz, o castelo, convento a N.S. da ourada centro hipico centro de estaguios e o nosso clube Melgacense, a famosa gastronomia e impossível deixar de falar do famoso Albarinho que todos apreciamos e com um valor incalculável na economia e gastronomia, temos muitos desportos, posso nao ter falado de alguma freguesia ou algumas historias que não me lembre de momento e pesso desculpa por algum incomodo, e ja agora quando se fala de Melgaço nao se refere so a vila como a todas as freguesias.

    Responder
  • António José Afonso
    13 de Janeiro, 2021

    O concelho de Melgaço é um ícone em Portugal.
    Desde as suas paisagens até a gastronomia nada se pode apontar.
    Dizer mal de Melgaço é não gostar de Portugal.
    Muito obrigado a quem visita Melgaço.

    Responder

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