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Passear por Aveiro: a Belle Époque da Arte Nova

“Gaivota a flutuar
Na ria de Aveiro:
Corpo e asa branca
Dum barco moliceiro”

Moliceiro, de Eugénio Beirão

Prometemos voltar!

E voltamos… 2019 foi um ano cheio de regressos a esta cidade que nos surpreende a cada visita. Não estranhe se disser, na hora de vir embora: prometo voltar! Para rever o que vi, ver o que não vi e prolongar-me, com tempo, no que a falta de tempo não permitiu sentir.

Projeto I love Aveiro

Se quer visitar a cidade e não sabe por onde começar, deixamos uma sugestão, visite a cidade pelo roteiro da Arte Nova. Peça um mapa no Museu Arte Nova e perca-se pela cidade. São 28 os edifícios e monumentos catalogados neste roteiro e que se espalham pelo seu centro histórico. Sabia que Aveiro é a cidade-museu da Arte Nova em Portugal? Este movimento, também conhecido por Art Nouveau, emergiu na transição do século XIX para o século XX (em Aveiro entre 1904 e 1920) e a sua particularidade é a construção de fachadas de azulejo adornadas por motivos naturais (florais e orgânicos), onde as linhas curvas e estilizadas são um convite à recriação de tempos idos. Consegue imaginar?

Ao fazer esse roteiro, que se faz a pé, além de adentrar a Arte Nova de Aveiro, vai ser surpreendido por uma cidade que se reinventa a cada passo, onde a história e a modernidade dialogam como velhas amigas. Encontramos estes diálogos na forma como a cidade se organiza e se reinventa. Nas ruelas estreitas da zona histórica plenas de lojas de moda e design e restaurantes com comidas de autor que se inspiram na comida tradicional aveirense. Nos murais de arte urbana que imortalizam pessoas da terra, como o mural dedicado a “Atita”, pelos seus méritos cívicos e heróicos. Na imponente Fábrica Jerónimo Pereira Campos, fundada em 1896, que é hoje um moderno Centro Cultural e de Congressos. E mesmo na sua Ria, que teve de se adaptar às necessidades dos tempos modernos para se tornar mais atrativa ao turismo, fazendo passeios de moliceiro nos seus canais, que levam turistas de todas as geografias do mundo. Quem não quer conhecer a “Veneza Portuguesa”? Em Aveiro tudo vive em redor da Ria, que marca o passado e as tradições locais e recria o futuro.

O Edifício em cor tijolo é a Fábrica Jerónimo Pereira Campos
Mural “Atita”

Há três principais formas de conhecer a cidade, que complementadas são a cereja no topo do bolo. Uma boa opção é começar por um passeio de moliceiro que lhe dará uma perspetiva diferente da cidade. 45 minutos, 4 canais, outros ângulos, num passeio guiado cheio de estórias (há muitas operadoras turísticas, deixamos como sugestão a Aveiro no Coração que parte do Cais dos Botirões, perto do Mercado do Peixe). Se quiser uma experiência diferente, alugue uma BUGA (bicicletas de utilização gratuita) e meta pedais à estrada. Mas se quiser adentrar a cidade, então ande a pé pelas ruas e ruelas, lá onde a vida acontece. Fale com as pessoas da terra, e perceba que é entre “cagaréus” (nascidos na zona de Vera Cruz) e “ceboleiros” (nascidos na zona da Glória) que se constrói a identidade aveirense.

Cais do Botirões

Passeie pelo centro histórico e pelos bairros emblemáticos, como o Bairro da Beira Mar, e pare nas suas praças e largos cheios de esplanadas, restaurantes e pastelarias. Renda-se à doçaria típica de Aveiro – dos ovos moles (imperdíveis) às raivas, passando pelas tripas de Aveiro – que pode comprar a cada esquina. Aveiro é cheio de “esquinas de felicidade”!

Entre nos mercados. O Mercado do Peixe está no bairro da Beira Mar desde 1910. Se não quiser comprar peixe fresco, mas o quiser comer, tem sempre a opção de subir até ao restaurante, no primeiro andar. vale bem a experiência. Já o Mercado Manuel Firmino é o mercado das flores, das frutas e dos legumes, e da doçaria. À entrada, um convite convida-nos à leitura… ficaram curiosos/as? Têm de lá ir.

Mercado do Peixe

Visite a Sé Catedral e todas as igrejas, cada uma mais simbólica do que outra. E se a visita for em janeiro, escolha o dia das festividades de São Gonçalinho e traga para casa uma cavaca “com promessa dentro”. Um dos momentos altos destas festividade é quando os devotos pagam promessas atirando cavacas (um pão doce) do cimo da Capela de São Gonçalinho. Tudo serve para apanhar as cavacas. Guarda-chuvas virados ao contrário, camaroeiros ou simplesmente com as mãos. As cavacas são doces, mas não são moles, por isso todo o cuidado é pouco 🙂

Sé Catedral de Aveiro

Aveiro é cultura, por isso não poupe nos museus, nos teatros e nas instalações artísticas.

Teatro Aveirense

Uma cidade com rio, ou com ria, tem nas suas pontes um ex-libris, por isso faça o roteiro das pontes e ponha uma fita colorida na Ponte Laços de Amizade. Para quê ter cadeados se podemos ter laços?

E para terminar o dia, uma dica perfeita (para nós!). Sente-se à janela das varandas privilegiadas do Mercado Negro, uma associação cultural que ocupa um edifício com mais de 200 anos, mesmo frente à Ria. Entre e faça uma viagem no tempo. Quase jurávamos ter visto o Zeca Afonso, aveirense de nascença, a compor “Traz outro Amigo Também”, sentado numa daquelas salas de estilo retro.

Aveiro parece viver, hoje, uma nova Belle Époque que toma formas cosmopolitas, onde a cultura e as artes fervilham e se recriam.

Como não voltar?

Ver também (outros posts sobre Aveiro)

Detalhes
Visita realizadas em 2019 e janeiro 2020
Marcelo Andrade @iremviagem
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