À descoberta de Almeida: o que visitar
Passamos o fim de semana em Almeida. Conhecem?
Almeida é uma vila raiana portuguesa, pertencente ao Distrito da Guarda, região da Beira Interior, mais concretamente num território designado Terras de Riba-Côa. É sede de município e é limitada a norte por Figueira de Castelo Rodrigo, a leste pela Espanha, a sul pelo Sabugal e a oeste pela Guarda e Pinhel.

Se tiveres “alma até Almeida” (expressão popular utilizada para dar ânimo, força ou coragem) vais-te surpreender.
Apesar de ser uma das doze Aldeias Históricas de Portugal, e só por isso já vale a visita, Almeida é um tesouro escondido no interior do país. Desde a sua fortaleza abaluartada em forma de estrela de doze pontas, que constitui um dos mais espetaculares exemplares europeus dos sistemas defensivos do século XVII, até à sua imersão no Vale do Côa. Almeida fica numa zona plana e só quando nos aproximamos da sua praça-forte é que percebemos que estamos perante algo imponente. Pelas suas portas se constrói o imaginário… uma espécie de cortina do tempo que nos liga ao que foi, o que é e o que será. E Almeida devia ser muito mais do que a deixam ser, porque um passado não se apaga, mas o futuro constrói-se hoje.

Almeida foi um dos locais que mais dificuldade tivemos para fotografar. Não há panorâmica que dê conta de tanta grandeza… histórica e arquitetónica. A verdade é que Almeida é para ser vista, calcorreada e sentida. É para ser conversada nas esquinas e fotografada entre goles de ginja. É para ser descoberta como numa “caça ao tesouro”, porque é cheia de códigos, pistas, enigmas, esconderijos e quebra-cabeças.

Conteúdos
Dentro da Fortaleza de Almeida: uma “caça ao tesouro”
Fora da Fortaleza de Almeida: o que fazer
Onde gostamos de ficar: dicas de alojamento
O que comer e onde?
Dentro da Fortaleza de Almeida: uma “caça ao tesouro”
De mapa na mão – que fomos buscar ao Posto de Turismo que está localizado no interior das Portas de S. Francisco – fomos conduzidos de ponto em ponto. Em cada um deles diferentes pistas “escondidas” e enigmas que só a história nos permite decifrar.
Estão prontos para começar esta “Caça ao Tesouro”?
12 pistas que o/a vão levar a fazer uma viagem no tempo. O que prometemos? É que nunca mais se vai esquecer de Almeida.
Lançamos um desafio. Não leia já as respostas. Primeiro, teste os seus conhecimentos. Depois, imprima a “caça ao tesouro”, pegue no mapa e parta à descoberta de Almeida. No fim, contem-nos como correu.
1. Descubra a diferença entre Baluartes e Revelins e conte quantos existem na Fortaleza de Almeida.
2. O acesso ao interior do recinto fortificado é feito através de quantas portas? Encontre as diferenças e as semelhanças.
3. O Castelo de Almeida está em ruínas, descubra porquê.
4. Localiza-se no Baluarte de N. Sra. das Brotas e tem à entrada um portal coroado com as armas reais. Falamos de_____________.
5. Como se chama e para que servia o edifício que alberga, hoje, o Museu Histórico-Militar de Almeida?
6. Como se chama a Praça onde se encontra o memorial ao Oficial Inglês John Beresford, que dirigiu o exército português?
7. O edifício é imponente, está na Praça da República, e em tempos serviu os soldados da infantaria. De que Edifício estamos a falar?
8. Não dá horas, mas tem um relógio, e aos seus pés tem ruínas e um cemitério abandonado. Falamos de ________________.
9. A Igreja Matriz de Almeida é protegida pela Nossa Senhora das Candeias. Verdadeiro ou falso?
10. Almeida tem uma “Roda dos Expostos” que é datada de_______. Encontre-a e saiba a resposta.
11. Há duas casas com símbolos judaicos. Descubra-as e decifre o significado dessas marcas.
12. Todos os anos, em agosto, decorre um dos maiores eventos de Almeida que é a recriação histórica do “Cerco de Almeida” em 1810. Que acontecimento é relembrado neste evento?
Veja aqui as respostas:
1. Descubra a diferença entre Baluartes e Revelins e conte quantos existem na Fortaleza de Almeida.
A fortaleza de Almeida constitui um dos exemplos da arquitetura militar do século XVII, no contexto da Restauração da Independência. A revalorização da sua posição estratégica, transformou-a numa poderosa Praça-forte e “máquina de guerra”. Atinge um perímetro de 2500 metros, apresenta uma planta hexagonal constituída por seis baluartes (Santo António, S. Pedro, S. Francisco, S. João de Deus, Santa Bárbara e Senhora de Brotas) e seis revelins (Revelim da Cruz, da Brecha, de Santo António, do Paiol, Doble e dos Amores) que são acessíveis pelo fosso. A Fortaleza deixou de exercer funções militares apenas em 1927.


Os Baluartes são, na arquitetura militar, uma obra defensiva, situada nas esquinas e avançada em relação à estrutura principal da fortificação. Têm, normalmente, um formato pentagonal. Os Revelins são construídos no fosso, normalmente entre dois baluartes.


2. O acesso ao interior do recinto fortificado é feito através de quantas portas? Encontre as diferenças e as semelhanças.
O acesso à Praça-forte é feito através de duas portas duplas. As Portas de Santo António ou Porta Magistral de Santo António, rasgadas a norte; e as Portas de São Francisco, também conhecidas como Portas da Cruz ou Porta Magistral da Cruz, a mais imponente das entradas e autêntico ex-libris da vila fortificada. As duas portas duplas são do século XVII, encimada pelas armas reais, acedidas por pontes de alvenaria, defendidas por revelins, abertas em túnel (curvo) com abóbadas à prova de bomba e com uma casa-de-guarda.


As portas exteriores de Santo António albergam, hoje, o CEAMA – Centro de Estudos de Arquitectura Militar, que tem informações sobre a fortaleza. Se entrar a pé pelas Portas de Santo António (que são portas de saída se circulares de carro) vai ter ao Cruzeiro dos Descobrimentos, que batem continência às ruínas do castelo.
Se entrar pelas Portas de São Francisco, passará pela Sala de Armas, no Revelim da Cruz e pelo Posto de Turismo, que está localizado no interior das Portas de S. Francisco, outrora Antiga Sala da Guarda. Vai sair na Praça da República
Além destas portas centrais, destacam-se ainda duas portas falsas, que estão dissimuladas e que acedem a galerias subterrâneas da fortificação e, no ano de 1980, foi construída a porta nova, perto do baluarte São João de Deus e do Museu Histórico Militar.

3. O Castelo de Almeida está em ruínas, descubra porquê.
O Castelo Medieval de Almeida (século XIII-XIV/XVI) foi destruído durante as terceiras invasões francesas, a 25 de agosto de 1810, em consequência da violenta explosão do paiol de pólvora que danificou quase totalmente o castelo e a vila. A explosão foi tão forte que grandes blocos de pedra foram projetados até às trincheiras francesas e muitas das casas da vila foram reconstruídas com as pedras do castelo. As ruínas estão classificadas como Monumento Nacional desde 1928.

4. Localiza-se no Baluarte de N. Sra. das Brotas e tem à entrada um portal coroado com as armas reais. Falamos de_____________.
O Picadeiro D’el Rey serviu, originalmente, de Trem de Artilharia para manufactura e reparação do equipamento de guerra e, mais tarde, foi um Quartel do Destacamento de Artilharia. Caiu em ruína (na segunda metade do séc. XIX), mas manteve traços da sua estrutura original: o portal coroado com as armas reais, o edifício das manjedouras e o muro circular. Hoje serve de recinto para equitação.

5. Como se chama e para que servia o edifício que alberga, hoje, o Museu Histórico-Militar de Almeida?
O Museu Histórico-Militar de Almeida está sediado nas antigas Casamatas, que são espaços que foram construídos à prova das bombas do século XVIII. Localizam-se no interior das muralhas, em área subterrânea, junto ao Baluarte de S. João de Deus, e serviam de abrigos em tempos de guerra. São compostas por um conjunto de 20 salas e corredores, com túneis, poços e minas de água, permitindo a proteção da população em caso de ataque. No período das Guerras Liberais serviram de prisão.
Desde 2009 alberga o Museu Histórico-Militar que é um espaço interactivo e multimédia. Ocupa sete salas que nos contam e reconstituem momentos da História de Portugal, desde a época medieval até à era contemporânea, com especial destaque para as Guerras Peninsulares, a invasão e o cerco de Almeida.



6. Como se chama a Praça onde se encontra o memorial ao Oficial Inglês John Beresford, que dirigiu o exército português?
Praça Alta é a resposta. É o sítio mais elevado de toda a estrutura da fortaleza e é, hoje, um local de eleição para se contemplar a panorâmica da vila. Datado do século XVII, serviu como centro nevrálgico para vigiar as movimentações das tropas. Aqui se encontra o túmulo de John Beresford, oficial Inglês que dirigiu o exército português e que morreu em 1812 no segundo cerco de Ciudad Rodrigo durante as invasões napoleónicas.

7. O edifício é imponente, está na Praça da República, e em tempos serviu os soldados da infantaria. De que Edifício estamos a falar?
Do Quartel das Esquadras (século XVIII), que está localizado junto à Porta da Cruz e à Igreja da Misericórdia (Século XVII), e serviu como antigo Quartel de Infantaria. Um edifício de dois pisos de planta retangular alongada. O piso térreo tem uma arcada contínua formada por vinte arcos. A escadaria externa, com três lances de degraus, está implantada nos topos, apresentando um escudo com as armas reais. É um edifício imponente, que foi construído para servir de modelo para a construção de outros quartéis nas Praças-fortes portuguesas, mas atualmente está degradado.


8. Não dá horas, mas tem um relógio, e aos seus pés tem ruínas e um cemitério abandonado. Falamos de ________________.
A Torre do Relógio trata-se de uma construção oitocentista (1830), erguida sobre as ruínas da primitiva igreja matriz. Fica junto às ruínas do Castelo e ladeada pelo cemitério que está ao abandono há muito tempo. À entrada do cemitério, a frase: “Ó tu quem quer que és, Repara como eu estou. Eu já fui como tu és, E tu serás como eu sou”. Lá dentro, o misticismo do ambiente, da construção dos jazigos e da arte fúnebre.
9. A Igreja Matriz de Almeida é protegida pela Nossa Senhora das Candeias. Verdadeiro ou falso?
Verdadeiro. A Igreja Matriz é uma antiga capela seiscentista do convento de Nossa Senhora de Loreto. Depois da violenta explosão, ocorrida em 1810, que destruiu a anterior igreja matriz e o castelo medieval, passou a desempenhar as funções de igreja principal. A explosão não destruiu a imagem da Nossa Senhora das Candeias, que foi transferida para esta Igreja, e que hoje lhe dá o nome e proteção.

Uma dica: a Igreja pode ser visitada, mas se a porta principal estiver fechada, entre pela porta lateral, puxando o fio que está no trinco.
10. Almeida tem uma “Roda dos Expostos” que é datada de_______. Encontre-a e saiba a resposta.
A Casa da Roda era uma instituição onde onde era costume deixarem-se os recém nascidos, crianças ou orfãos abandonados. Foram instituídas por Pina Manique e tiveram um importante papel social. A janela da Roda dos Expostos tem a data de 1843.

11. Há duas casas com símbolos judaicos. Descubra-as e decifre o significado dessas marcas.
Os judeus foram uma presença constante em Portugal na Idade Média e quando começaram a ser expulsos de Espanha, a região da Beira Alta recebeu um grande número de novos habitantes que deixaram marcas da sua passagem e permanência. Em Almeida há duas casas que ostentam símbolos que as identificam como casas judaicas. A cruz, indicando que o seu habitante era um cristão-novo, ou seja, um antigo judeu agora convertido ao cristianismo. E as marcas na Mezuzah (palavra hebraica para ombreira de porta) – rasgos abertos na pedra que se destinavam a colocar um rolo de pergaminho com duas passagens da Torá (Deuteronômio 6:4-9 e 11:13-21), de acordo com o costume hebraico


Dica: uma casa está na Rua Direita e a outra na Rua do Poço.
12. Todos os anos, em agosto, decorre um dos maiores eventos de Almeida. Que acontecimento é relembrado neste evento?
Centenas de figurantes portugueses e estrangeiros protagonizam, anualmente, no final de agosto, a recriação histórica do “Cerco de Almeida”, que evoca a capitulação da fortaleza em 1810, durante a terceira invasão francesa, e que transporta os visitantes para a Almeida oitocentista. 33 dias de cerco que terminou com a rendição das tropas portugueses. Um regresso ao passado que nos explica tanto do presente.

Fora da Fortaleza de Almeida: o que fazer
1. Aldeias Históricas de Portugal
2. Rota das Amendoeiras em Flor
3. Termas de Almeida – Fonte Santa
4. Grande Rota do Vale do Côa
5. Os Caminhos de Santiago pelo Caminho de Torres
6. A Rotas das Judiarias
7. Um pezinho em Espanha
No fim da nossa “caça ao tesouro” dentro da Fortaleza, descobrimos que há outros tesouros nos caminhos que se cruzam com Almeida. Visitamos alguns e outros ficarão para uma próxima visita.
1. Aldeias Históricas de Portugal
Um destino que são doze. Este é o slogan das Aldeias Históricas de Portugal. Almeida, Belmonte, Castelo Mendo, Castelo Novo, Castelo Rodrigo, Idanha-a-Velha, Linhares da Beira, Marialva, Monsanto, Piódão, Sortelha e Trancoso. Com séculos de história, e um papel fundamental na luta e (re)construção da fronteira portuguesa, a Rede das Aldeias Históricas veio dar ao interior da região centro de Portugal uma estratégia de desenvolvimento e valorização centrada nos valores da História, Cultura e Património.

Perto de Almeida, temos Castelo Rodrigo (22 km) e Castelo Mendo (24 km). Como já conhecíamos Castelo Rodrigo, visitamos Castelo Mendo, que estava ali ao virar da esquina. Tudo nesta Aldeia Histórica merece ser visitado, mas foram as ruínas da Igreja de Santa Maria do Castelo, isolada na cota mais alta da aldeia, que nos agarrou ao chão. Entras na Igreja, já sem teto, e sentes que as tuas preces vão diretas ao céu. Dizem que terá sido construída por volta do séc. XIII e mantém-se ali para contar a sua e a nossa história. As Aldeias Históricas são fáceis de amar, porque nos fazem voltar às raízes, e essas ninguém as quer perder.


Agora o desafio. E que tal conhecer as Aldeias Históricas de Portugal através dos percursos definidos na Grande Rota 22 (GR22). Um traçado circular com 565 km, que se divide em 12 etapas, e que nos leva a conhecer alguns dos mais belos parques naturais e reservas do país. “Comece em Almeida e acabe onde quiser”.
2. Rota das Amendoeiras em Flor
As amendoeiras em flor marcam o fim do inverno, anunciando a vinda da primavera e, em regra, esta paisagem só pode ser vista no final de fevereiro e durante as primeiras semanas de março. Em 2018 fizemos a Rota das Amendoeiras em Flor e criamos o nosso roteiro de um dia: Alfândega da Fé, Freixo de Espada à Cinta, Barca d’Alva, Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo e Vila Flor. Veja aqui a nossa experiência.

3. Termas de Almeida – Fonte Santa
A cerca de 3,5 km da Vila de Almeida e envolvida por uma paisagem verde, as Termas de Almeida são um ótimo destino para fugir ao stress do dia-a-dia e recarregar energias através de um programa termal adaptado a si. Se visitar Almeida entre Maio e Novembro, não perca esta experiência.

4. Grande Rota do Vale do Côa
O Vale do Côa tem braços abertos e já diz o ditado que quem tem braços abertos recebe abraços. Esta região é Património da Humanidade, desde 1998. O lugar onde as pedras falam do passado milenar e a arte rupestre, ao ar livre, nos faz mergulhar numa herança pré – histórica.

Mas nem tudo é “ontem”, há muito de hoje e de amanhã. E a Territórios do Côa – Associação de Desenvolvimento Regional é exemplo disso. Estivemos à conversa com Dulcineia, coordenadora da Associação, para quem o interior não tem de ser sinónimo de insularidade, mas força motriz do que já foi grandioso.
Abraçamos este vale e já estamos a organizar o regresso, que será de botas de caminhada e coragem nas pernas para fazer (parte d)a GR do Vale do Côa, que é um trilho de 224 km (11 etapas), linear, que acompanha o percurso do rio Côa, desde a nascente (em Fóios, Sabugal) à foz (Vila Nova de Foz Côa).
5. Os Caminhos de Santiago pelo Caminho de Torres
Os apaixonados pelos Caminhos de Santiago, como nós, vão adorar esta dica. Almeida é lugar de passagem do Caminho de Santigo, sabiam? Afinal os caminhos não vão todos ter a Roma, mas a Santiago de Compostela.
Este itinerário jacobeu, também conhecido por Caminho de Torres, em honra do homem que o percorreu em 1737 – Diego de Torres Villarroel – liga Salamanca a Santiago de Compostela pelo interior de Portugal. Quase 600 km por caminhos ancestrais, dividido em 23 etapas.
6. A Rota das Judiarias
Almeida é, historicamente, o concelho que se revelou mais importante em toda a Península Ibérica na recepção a refugiados internacionais. Aconteceu no séc. XV e, mais recentemente, no séc. XX, durante a II guerra mundial. A Judiaria da vila de Almeida está perfeitamente documentada nos arquivos da Torre do Tombo, o que a transforma numa visita obrigatória na Rota das Judiarias de Portugal. Em Vilar Formoso é possível visitar o Museu Fronteira da Paz, Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes, por ter ajudado a salvar refugiados judeus que fugiam da Alemanha Nazi.

7. Com um pezinho em Espanha
Diz o ditado que de “Espanha nem bons ventos, nem bons casamentos”. Ora, em concelhos raianos, Espanha pode ser um bom aliado. Gentes nascidas na mesma terra, embora falando de forma diferente. A raia está cheia de antigas recordações dos tempos em que a fronteira entre Portugal e Espanha era ainda um conceito nebuloso.
A 47 km de Almeida temos Ciudad Rodrigo. Um pouco mais à frente, a cerca de 90 km, temos a Sierra de Francia onde encontramos duas das povoações mais bonitas de Espanha – La Alberca e Mogarraz. A 1h30 de caminho (133 km), aparece a imponente cidade de Salamanca.
Para norte, a 50 km de Almeida temos San Felices de los Gallegos, La flor de la frontera. É um município de Espanha, mas que já pertenceu a Portugal entre 1297 a 1327 e em 1370. Dizem que passear por esta vila é uma viagem à felicidade.

Onde gostámos de ficar: dicas de alojamento
CASA DO TI MESSIAS
Querem ir a Almeida e não sabem onde ficar? A nossa sugestão é a Casa do Ti Messias (para 4 pessoas) ou a Casa do Forno (para 2 pessoas), ambas no centro histórico de Almeida, lá onde tudo acontece… bem devagar. Ambas são casas de férias, pensadas ao pormenor pela Graça e pelo Américo, que nos oferecem um pouco do seu sonho e dão morada ao conforto. Casas apetrechadas com sala, cozinha equipada, quarto(s) mimosos e casa (s) de banho(s) cheirosa(s), que te recebem com um “Friends Welcome”.

Nós ficamos na Casa do Ti Messias. Esta casa distribui-se por três andares, como é característico do casario da região. No piso térreo tem uma sala de estar com salamandra e uma cozinha totalmente equipada. Não há nada na decoração que não tenha uma história dentro e que não tenha sido pensada para estar ali. Ao subir as escadas terão um quarto duplo, amplo, com casa de banho privativa. Mas não se cansem já, porque no segundo andar têm o quarto ALMA, mimoso que só ele. Outro quarto duplo com casa de banho privativa. No último andar um amplo terraço. Entrem, entrem… e sintam-se em casa.
COMO RESERVAR A CASA DO TI MESSIAS
Morada: Rua Afonso de Albuquerque, 6350-104 Almeida
E-mail: casadotimessias@gmail.com;
Telemóvel: +351 919 415 824
Facebook: https://www.facebook.com/casadotimessias/
O que comer e onde?
Em Almeida, a gastronomia marca-se pelos pratos de caça, o cabrito no forno, o bacalhau (não fosse uma vila raiana) e os enchidos da Beira. Para sobremesa, o requeijão acompanhado de doce de abóbora (recheado com amêndoas), a bôla doce e a tigelada da Beira.
Existem alguns restaurantes, tascas e casas de petiscos dentro e fora da fortaleza. Deixamos aqui algumas sugestões:
- Restaurante O Caçador (*) fica na aldeia de Malpartida (a cerca de 3 km da vila de Almeida) e serve a cozinha tradicional. Comemos um polvo á lagareiro, regado com um vinho branco da região. Mas dizem que a especialidade da casa é o bacalhau gratinado. Em lugar de fronteira com Espanha, o bacalhau é sempre rei!
- Restaurante Casa d’Irene fica também na aldeia de Malpatida, mesmo em frente ao Restaurante O Caçador. Também serve cozinha tradicional num ambiente rústico.
- Café Paraíso (*) fica na Estrada Nacional 340 e é uma daquelas surpresas das boas. Almoçamos como se estivéssemos em casa.
- Restaurante Muralha é restaurante, bar e residencial e fica à entrada da vila de Almeida. Oferece uma ementa variada de pratos regionais e de caça.
- Restaurante Granitus fica logo à saída da fortaleza. Oferece uma ementa variada, bem servida e com preços em conta.
- Bar Talmeyda (*) – Mesa de Paladares Beirões fica localizado em pleno Centro Histórico da vila de Almeida. De ambiente familiar, é um bar de petiscos regionais.
- Mercearia com Alma é um espaço pequeno dentro das muralhas que faz jus ao nome. Tem uma grande variedade de cervejas artesanais, produtos frescos e biológicos e petiscos!
- Ginjinha da Amélinha (*) fica localizada em pleno centro histórico da vila de Almeida. A especialidade desta tasca é a ginjinha e a sua história é já secular. É local de encontro(s) e um ótimo aperitivo antes de jantar.


(*) locais onde fomos
As pessoas são quase sempre o melhor das viagens e os destinos (sejam eles na ordem física ou na ordem cósmica para quem acreditar) colocam pessoas no nosso caminho. E temos percebido que se lhe dermos do nosso tempo, em regra, elas devolvem-nos tempo.
A caminho de Almeida, em Almendra, o senhor Francisco Quintão, mais conhecido na terra como António Magano. Pastor de ovelhas há 43 anos e pequeno agricultor para subsistência contava-nos a vida dura do campo e de viver no interior. “Boa vida tem o pastor quando o leite tem sabor, quando está a chover e a nevar nem o diabo as quer guardar”, dizia-nos em tom de brincadeira (séria). O céu estava azul como os olhos do senhor António e as Amendoeiras já estavam a florir. Despedimos-nos com um até já, porque nunca se diz adeus às pessoas de quem gostamos, que nos devolvem o tempo e nos oferecem uma malga de vinho.

Em Almeida, o Sr. João, proprietário da loja de artesanato que teimosamente se mantém aberta. Apesar de não ser filho da terra, fala dela como um avô conta histórias aos netos. Fechamos o mapa e estivemos a ouvir… a(s) história(s) contada(s) com detalhes pintados a lápis-de-cor. Compramos um soldado (de souvenir), mas trouxemos o exército inteiro.
À Graça e ao Américo, o nosso obrigada generoso pelo acolhimento na @casadotimessias, pela simpatia e disponibilidade, mas acima de tudo por nos terem mostrado que Almeida se fotografa com lente zoom, que permite variar a distância focal e perceber o potencial de uma terra que é muito mais do que ser (do) interior. “Os nossos olhos é que transformam um lugar”, diziam! e quando deixarmos de olhar o interior apenas a partir do litoral, talvez nos surpreendamos com aquilo que ele nos pode oferecer (nota: esta afirmação nada tem a ver com a clara evidência de um desinvestimento político e económico no interior, que faz com que Portugal continua a desenvolver-se a duas velocidades).
Ver também
As Doze Aldeias Históricas
Zeneando por Marialva
Zeneando por Castelo Rodrigo
Zeneando por Trancoso
Zeneando por Castelo Mendo
Zeneando por Almeida
Zeneando por Belmonde
Zeneando por Idanha-a-Velha
Zeneando por Monsanto
Zeneando por Sortelha
Zeneando por Castelo Novo
Zeneando por Linhares da Beira
Zeneando por Piodão
Nos Arredores
Amendoeiras em Flor: Roteiro de um dia
Detalhes
Agradecimentos
Casa do Ti Messias
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Eduardo Gomes
Para escrever “isto”, bastaria um qualquer prospecto solicitado previamente no Turismo local. Almeida é muito, mas muito mais.
Vera Duarte
Obrigada por ter lido a nossa crónica. O “isto” foi a nossa experiência, que foi para lá de muito boa. Gostamos muito de Almeida.
katia figueira
Obrigada por ter escrito “isto” e não nos remeter a um mero prospecto, seguirei nos mínimos detalhes suas observações e quem sabe possa dar a sorte de descobrir algo mais (se descobrir, terei prazer de voltar aqui para compartilhar). Vou agora em março/abril de 24. Obrigada pelo seu trabalho e por nos passar suas aventuras.
Vera Duarte
Muito obrigada Kátia pela sua partilha e pelas palavras de incentivo. Quando for, partilhe connosco essas novas descobertas, vai ser ótimo!!