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Uma viagem (inesquecível) à Índia

Fomos à Índia em setembro de 2016, no âmbito de uma viagem organizada pela Agência Portugueses em Viagem. Viajamos sozinhos e foi lá que nos conhecemos, um motivo para ser uma viagem inesquecível.  Mas, acima de tudo, “uma viagem à fronteira de tudo o que conheces”, motivo para a tornar numa grande viagem.

Nove dias. O roteiro estava traçado.

A Índia é um país tão grande que se torna até difícil saber por onde começar. Nós fizemos o conhecido “Triângulo Dourado”, que é formado pelas cidades de Nova Delhi, Agra e Jaipur, com um pequeno grande upgrade, Varanasi. A expedição começou em Nova Delhi, seguimos de comboio para Varanasi e o seu mítico rio Ganges. De seguida, Agra e o magnífico Taj Mahal. Por fim, visitamos Jaipur no Rajastão, entrando na era dos Marajás. Andamos de comboio, tuk-tuks, rickshaw e elefantes. Sobrevivemos ao trânsito, aos cheiros e à comida picante. Partilhamos aqui a nossa experiência.

Venham connosco até à Índia

1. nova delhi

primeiro estranha-se, depois entranha-se

Para quem chega a Nova Delhi pela primeira vez o choque inicial é grande, diria que, mais do que um choque cultural, é um choque de sentidos… não há um único sentido que não se apure: são imensas as cores, intensos os odores, diversos e picantes os paladares. Buzinas ensurdecedoras, transito caótico e altos níveis de poluição. Milhares de pessoas a circular pelas ruas, a discutir e a regatear preços, a cozinhar, a vender e a comer. Convive-se com a miséria, com a falta de higiene e com os esgotos e lixeiras a céu aberto, que são partilhados por pessoas e animais. Depois temos a riqueza histórica e cultural que encontramos em qualquer esquina e viela, onde se erguem pequenos e grandes templos, de ornamentos sem igual. Por todos os lados há imagens dos deuses do hinduísmo, como Brahma, Shiva, Ganesha ou Krishna, adorados e reverenciados por quem por eles passa.

Nova Delhi é uma cidade de contrastes abissais.

Tem cerca de 16 milhões de habitantes (segundo dados de 2011), e é capital de um país que mais parece um continente. A cidade divide-se em dois: A “Nova” Delhi,  uma cidade moderna, com avenidas imensas, parques e jardins amplos, centros comerciais e arquitetura moderna, onde o/a estrangeiro/a não é assim tão diferente e, naquele momento, um sentimento de proximidade cultural; E a “Velha” Delhi que arrasta séculos de história e onde encontramos os templos, as mesquitas, os bazares e os vendedores de rua. Prepare-se para regatear tudo. Os preços são geralmente baixos, mas não pague mais do que a metade do valor que é oferecido, especialmente no vestuário e no artesanato. A Velha Delhi é feita de cor e de diferença. É feita de Namastê (maneira respeitosa de cumprimentar) e de Shukriáh (significa obrigada).

Uma cidade que parece correr a várias velocidades. Se conhecermos apenas uma, perdemos a imagem completa da cidade, regressando a casa ou com imagens de catálogo ou com imagens de caos e desorganização. Nova Delhi é feita das duas. Viver Nova Delhi foi muito mais do que a visita aos monumentos (Red Fort, Jama Masjid, Torre de Qutab Minar, o Museu de Gandhi, Túmulo de Humaium, Porta da Índia, Templo de Lótus), foi viver a cidade por dentro. Percorrer as suas ruas feitas de frenesim, sentir os seus cheiros (do incenso ao pérfido), andar de transportes públicos, conversar com as pessoas e tirar fotografias com elas. É muito comum pedirem para tirarem fotos connosco: homens, mulheres, famílias inteiras. Também tivemos a experiência de ir ao cinema, ver o filme Pink. Uma forma de quebrar as resistências culturais.

Red Fort

A culinária indiana é outro desafio para o nosso organismo pouco habituado a comida (muito) picante. Até a comida “no spicy” era de bradar aos céus! Os temperos seduzem pelas suas cores e aromas, o que torna a comida irresistível… e com ela os problemas gastro-intestinais  Dos tandoori aos talis, sempre acompanhados pelo chapatis (pão fino feito de farinha de trigo), a gastronomia indiana é muito diversificada. Sem esquecer do chai (chá), sempre pronto a servir!

Conhecer a comunidade Sikh foi outro momento único. É impossível ficar indiferente quando passamos por um Sikh. O uso do turbante, elegantemente enrolado, é a sua grande marca, transmitindo singularidade e identidade. Uma identidade de fé. Uma declaração pública do compromisso a uma religião e a uma forma de vida, que deve ser usado em todas as ocasiões e profissões. Por isso mesmo, o turbante Sikh é religião, mas também moda e cultura. O turbante pode ser de várias cores, para combinar com a roupa, mas o seu principal objetivo é proteger os longos cabelos que, vistos como sagrados, não devem ser cortados. Ao turbante junta-se o uso do Kara, um bracelete de metal que representa a eternidade e que os Sikhs usam desde o nascimento.

O sikhismo é uma religião fundada no século XV, pelo Guru Nanak (1469-1539), na região de Punjab. Hoje, é a quinta maior religião do mundo, correspondendo, em estimativa, a 2% da população da Índia. O Guru Nanak procurou desenvolver uma nova religião que incluísse os pensamentos e as crenças de duas grandes religiões: o islamismo e o hinduísmo. Do primeiro, reteve o monoteísmo e a proibição da idolatria. Do segundo, a crença no Karma e na reencarnação.  Procuraram abolir o sistema de castas e o Sati (a cremação da viúva), e defendem que todos/as têm direitos iguais independentemente da sua casta, credo, cor, raça, sexo ou religião. A busca pela salvação é feita através do contexto social e é, neste espírito, que eles enfatizam os serviços à comunidade e a ajuda aos mais pobres. 

Partilhas: Foi um momento muito gratificante termos assistido, num templo Sikh em Nova Delhi, a este serviço gratuito à comunidade. Numa imensa sala são servidas, todas as noites, centenas de refeições quentes, preparadas e servidas por voluntários/as Sikh. Foi impressionante a forma como as pessoas entraram e se sentaram no chão de forma perfeitamente organizada e ordeira. Homens, mulheres, crianças, idosos/as, famílias inteiras… todos/as são servidos, todos/as são bem-vindos, independentemente das suas crenças e pertenças identitárias. Foi um momento particularmente emotivo porque não pode ser separado das fraturantes desigualdades sociais que caracterizam a Índia e que mantêm milhões de pessoas a viver formas de sub-humanidade. Foi ao retrato cru desta realidade que assistimos enquanto deambulávamos pelo lado “menos nobre” da cidade de Delhi, o que dignificou ainda mais este serviço de dádiva ao outro.

2. varanasi

a cidade sagrada

Foi a cidade que mais nos marcou, e não é difícil perceber porquê! O seu nome significa “Porta do Céu”. É um destino sagrado por ser o local que dá acesso à vida eterna. Ao ser escolhida por Shiva, deus da destruição, que ali viveu com a sua mulher Parvati e seus dois filhos Ganesha e Kartikeya, Varanasi tornou-se a cidade do recomeço e do renascimento (os hindus acreditam na reencarnação e crêem que o seu comportamento nesta vida determinará a sua próxima vida).

Ser cremado em Varanasi e ver as suas cinzas atirada ao Ganges é o desejo de muitos indianos. Mas também não é para todos. Até na morte se evidenciam as fraturantes desigualdades sociais que marcam a Índia. O preço da cremação varia de acordo com a nobreza da madeira, e mesmo ser cremado em madeira não é para todos/as.

Respira-se religiosidade e misticismo em todos os cantos

Milhares de pessoas juntam-se nas ghats (que representam a ligação entre o terrestre e o divino), nas margens do rio Ganges, onde se banham, lavam as suas roupas, e bebem da sua água (imprópria para consumo) enquanto rezam e agradecem. Outros meditam. Nas ruelas transitam peregrinos, sadhus (homens santos) e sacerdotes hindus (brâmanes), que deixam as suas oferendas em pequenos altares. Tudo num cenário de muita cor, cânticos e cheiros intensos… que vão desde o cheiro a incenso aos cheiros dos esgotos que correm a céu aberto e dos animais, principalmente as vacas, que circulam livremente por todos os lugares. Uma Índia em estado bruto onde tudo é possível.

Todos os dias, depois do pôr-do-sol, há uma cerimónia em homenagem ao rio Ganges, conhecida como Ganga Aarti (Ver o artigo sobre Ganga Aarti). Uma cerimónia emotiva e impactante, pelo seu significado. Mas nunca nos esqueceremos de ver o nascer do sol, num qualquer barco a remos que, vagarosamente e em silêncio, percorre o Ganges e nos permite uma experiência única na vida. Varanasi ficará para sempre bem pertinho do coração.

Respire fundo.

Arriscamos na aventura de fazer uma aula de yoga, em Varanasi. Não podíamos deixar de experienciar esta arte milenar originária da Índia, relacionada com o budismo e com o hinduísmo, e cujo objetivo central é o desenvolvimento, harmonização e unificação do ser. Uma filosofia prática que, como nos explicava o mestre no início da sessão, trabalha o corpo e a mente. Por isso yoga e meditação foram desenhadas para serem praticadas em conjunto, porque o yoga ajuda a fortalecer o corpo e a meditação ajuda a fortalecer a mente. À medida que praticas o não-julgamento e a aceitação ganhas mais espaço interno para a transformação, dizia ele. Neste princípio iniciamos a nossa aula aprendendo técnicas e prática corporais, respiratórias, de relaxamento e concentração. “Breathe in, breathe out… feel the enerzyy… Gut, gut”, repetia vezes sem conta o nosso mestre de yoga. Tivemos momentos exigentes, principalmente físicos, para conseguir acompanhar as posições do yoga e os difíceis exercícios de respiração, mas também de diversão e boa disposição. Praticamos o Om, que representa o poder de Deus por ser considerado o som da criação. E terminamos com o yoga do riso, que foi verdadeiramente terapêutico!!

Partilhas: Quem pratica yoga sabe que existem diversas linhas e orientações, que exprimem diferentes métodos e princípios filosóficos. Não pretendemos falar do que não sabemos, mas partilhar a experiência do que sentimos. Por um lado, a experiência de ter percebido que, independentemente de estar num templo, numa rua ou no Hard Rock Café, a mensagem está sempre lá: “Love all Serve all”, “Take time to be kind”. A Índia transpira essa espiritualidade (não significando isso que não aposte no conhecimento e no progresso), essa harmonia com a Natureza e com o Divino,  mobilizando-se em torno de uma cultura mais baseada no ser do que no ter. Talvez isso explique o sentimento de segurança (e.g. crime de roubo, assalto…) que vivenciamos durante a nossa estadia. Por outro lado, a experiência de “não perceber” como é que uma cultura de dádiva ao outro pode ser conciliável com um sistema de castas que, não sendo oficial, está enraizado culturalmente na forma de símbolos e tradições, perpetuando desigualdades sociais, naturalizando a miséria como uma “vontade de Deus”, e mantendo a condição desvalorizada da mulher (ver Ser menina e mulher na Índia) e das crianças (ver ‘Saroo’ e a infância na Índia: reatando memórias de uma viagem).

3. agra

Taj Mahal, uma história de amor

Agra é uma cidade do estado de Uttar Pradesh e foi a sede do império mongol nos séculos XVI e XVII.

É lá que podemos encontrar o famoso Taj Mahal, uma das sete maravilhas do mundo moderno. Conhecido como a maior prova de amor do mundo, foi construído entre 1632 e 1653, pelo imperador Shah Jahan em memória da sua esposa favorita Mumtaz Mahal (“A eleita do palácio”) que faleceu no último parto. A construção em mármore banco, incrustado com pedras semipreciosas (como Lapis Lazulis do Afeganistão, Ágatas do Yemen, Safiras do Ceilão, Ametistas da Pérsia, Corais da Arábia Saudita, Quartzo dos Himalaias, Ambar do Oceano Índico) e a cúpula costurada com fios de ouro, dá-lhe uma leveza tal que parece flutuar.

O Taj Mahal parece a encarnação de todas as coisas puras, de todas as coisas sagradas e de todas as coisas infelizes. Este é o mistério do edifício”

Rudyard Kipling 

Os jardins estão divididos em quadrados e a superfície da água, que devolve a imagem refletida do Taj, produz um efeito adicional de simetria… absolutamente maravilhosa. Diz-se que o imperador Shah Jahan queria construir um outro mausoléu, todo em mármore preto, do outro lado do rio, que seria unido com o Taj Mahal através de uma ponte de ouro. Nunca foi construído e, após perder o poder, Shah Jahan foi encarcerado no seu palácio e, a partir dos seus aposentos, contemplou a sua grande obra até à morte.

Em Agra, há mais dois monumentos que merecem a nossa visita.

O Mausoléu de Itmad-ud-Daula, que é carinhosamente chamado de ‘Baby Taj’ ou ‘jewel box’. Este túmulo é precursor do Taj Mahal, pois foi construído por Nur Jahan para seu pai, nos anos 1622-1628, 5 anos antes a construção do Taj Mahal. Está a uma curta distância do Taj Mahal e, quando o visitamos, é fácil perceber de onde veio a beleza sumptuosa do Taj Mahal com o seu mármore branco e colorido incrustado com decorações de pedras semipreciosas. 

‘Baby Taj’

Também vale a pena conhecer o Forte de Agra que está localizado na margem do Rio Yamuna, foi construído entre 1565 e 1573, pelo imperador Akbar, e funcionou por um longo período como base militar. Foi transformado, mais tarde, num palácio e foi sendo embelezado por diversas gerações de imperadores, tornando-se uma das principais jóias da Índia. Apesar de ser uma cidade pequena (para a dimensão da Índia) e pobre, ganhou vida com a proteção dos imperadores Humayun, Akbar, Jahangir e Shah Jahan que a “decoraram” e a tornaram grandiosa.

Mas Agra não é só o Taj Mahal, apesar de o turismo estar orientado para visitar este grande e sumptuoso mausoléu. Aliás, como aconteceu connosco. A velha Agra não prima propriamente pela beleza, mas é exótica, colorida e de grande riqueza cultural, como é a Índia. Nas ruas circulam carroças atafulhadas, animais, carros velhos, pessoas a pé e bicicletas. No meio de tudo isso, bazares e barracas de rua onde se vende de tudo, até a “grandiosidade”.

4. jaipur

a Índia dos marajás ainda vive!

A cidade de Jaipur é a capital do Rajastão e durante o domínio britânico na Índia, Jaipur foi a capital do estado principesco de Jaipur. É um dos mais diversificados estados da Índia, e ficou conhecida principalmente pela opulência da sua realeza: os Marajás.

De entre os vários pontos de interesse, o Forte e Palácio de Amber ficaram marcados na nossa memória, por três principais motivos.

O primeiro é a imponência da fortaleza, cujas muralhas serpenteiam as montanhas. Representando uma mistura entre os estilos muçulmano e hindu é impossível ignorar a sua grandiosidade e a forma como os seus tons terra e amarelados desenham a paisagem. A fortaleza fica a 11 km de Jaipur e foi erguida em 1592 por Raja Man Singh I.

O segundo é o acesso ao forte, que é feito de elefante. Apesar de ser uma experiência única, que gostamos imenso, e de os elefantes apenas transportarem as pessoas no primeiro período da manhã, por causa do calor, algumas denúncias têm apontado formas de exploração e mau trato do elefantes.

O terceiro motivo é todo o complexo de palácios, salas, portas e portões, pátios, jardins e templos erguidos, com uma impressionante decoração que mostra a grandiosidade de ter sido a antiga capital do Estado. O palácio é dividido em quatro secções, cada uma com a sua porta de entrada e pátio. As que me marcaram mais foi, no segundo pátio, a sala de Audiência Pública, construída com mais de duas dezenas de colunas em estilo mongol, e o Portão do Ganesha, um deus hindu que remove todos os obstáculos na vida. Este portão dá acesso ao terceiro pátio onde estão os palácios privados dos marajás. Aqui é impossível ficar indiferente às janelas rendilhadas e à sala dos espelhos, que mais parece uma caixa de jóias. Era aqui que o Raja (Rei) recebia convidados especiais.

Visitamos mais dois monumentos. O Hawa Mahal, também conhecido como Palácio dos Ventos, que foi construído por um marajá para que as mulheres do seu harém pudessem ver a movimentação da rua sem serem vistas, por isso, o Palácio oferece-nos mais de 900 janelas, que o tornam especial. E o belo Jal Mahal, o Palácio das Águas, que parece flutuar no centro do Lago Man Sagar. O Jal Mahal situa-se a 4 quilómetros a norte de Jaipur. Este palácio foi construído em 1734 e tem a particularidade (curiosodade) de ser um edifício de cinco andares, dos quais quatro permanecem debaixo de água quando o lago está cheio.

Jal Mahal

Apesar de não os termos visitado, estes monumentos são uma referência a considerar: Monkey Temple, Jaigarh Fort, Nahargarh Fort, Jantar Mantar e Panna Meena Ka Kund.  

Em Jaipur tudo é uma festividade de cores, intensidades e caos. Os bazares, que percorrem ruas e ruelas e que parecem não ter fim, são um bom exemplo disso.

Tudo transpira a grandiosidade de tempos idos.

A Era dos Marajás continua a ter uma força simbólica muito grande em cidades como Jaipur. E por isso foi lá que decidimos fazer o nosso jantar de despedida. Vestidos/as a rigor, honramos a terra que tão bem nos recebeu, num hotel que mais parecia saído de um conto das mil e uma noites: Bissau Palace Hotel. O Palácio foi construído no século XIX, durante o reinado do Maharaja Sawai Jagat Singh, e transformado em hotel na década de 60 do século XX,  situado na área do velho bazar. As várias salas que o compõem são de uma beleza extraordinária. As paredes pintadas à mão, as telas grandiosas dos marajás e das suas famílias, a talha dourada, o mobiliário e as loiças antigas e requintadas, a biblioteca (ai, aquela biblioteca!!!), (re)criam uma “heritage atmosphere”, tão única quanto o ambiente que lá se respira. Arriscava a dizer que se Ernest Hemingway tivesse conhecido o Bissau Palace Hotel diria certamente: “”My mojito in La Bodeguita, my daiquiri in El Floridita… my Lassi (bebida indiana) in Bissau Hotel. E ali escreveria certamente o melhor dos seus romances. Os quartos não precisam de muita descrição, basta o nome: Princess chamber, Maharaja chambre… deixamos à vossa imaginação.

Partilha: Chegou a hora do jantar. Os preparativos começaram duas horas antes. As mulheres reuniram-se todas num dos quartos porque teríamos a ajuda de uma indiana para “vestir” os saris.  Por ser uma peça única, vestir um sari tem arte – saree wrapping – e é feito de uma porção de técnicas, tradições e detalhes. Para mim teve magias várias. A magia que começou na compra dos saris e das indumentárias masculinas (outra história bem gira!!), ainda em Varanasi. Magia que se manteve nos preparativos e na compra das peças de ornamentação (como as pulseiras e os anéis, o calçado, os colares) que nos fez mergulhar também na simbologia milenar do sari (ser uma homenagem à beleza feminina), que tem cores fortes e tecidos bordados e sumptuosos, mesmo os mais baratos. E que culminou no momento ritualizado de o vestir. O sari foi, sem dúvida, a roupa mais elegante que já vesti até hoje. Quando nos encontramos todos/as na sala de estar, a reação foi até emotiva. Numa sala sumptuosa, trajados/as a rigor, partilhamos mais um momento inesquecível e “o Mundo voltou a ser nosso”.
* Maharani é o feminino de Maharaja (Marajá) e significa tanto a esposa de um marajá como uma mulher no poder.

Regressamos a Nova Delhi. No início da viagem dizíamos que esta é uma cidade que se ama ou se odeia. No fim da viagem percebemos que não é uma questão de amar ou odiar, mas de estranhar e entranhar. E nesse entranhamento a cidade que conhecemos no primeiro dia, era bastante diferente da do último dia…

não foi a cidade que mudou, mas a forma como a cidade muda quem por lá passa.

Detalhes
Viagem realizada em setembro de 2016
Marcelo Andrade @iremviagem
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