PR6 – Rio Marão, Amarante
Neste artigo pretendemos partilhar com vocês algumas informações sobre o PR6 – Rio Marão, em Amarante. É um trilho circular, de dificuldade moderada, com cerca de 14/15 quilómetros, que passa por caminhos rurais e de montanha. Moinhos, pontes medievais, bosques verdejantes e árvores centenárias. Minas, grutas, levadas de água e viveiros de trutas. Pontos panorâmicos sob a Serra do Marão e muitos suspiros à mistura. O que seria da vida sem suspiros.
Mas o melhor de tudo foi o grupo que se juntou. Um colorido diverso de gente cheia de energia, sorriso na cara e força nas pernas, disposta a perder-se connosco num trilho que ninguém tinha feito. Só podemos agradecer a confiança.
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INFORMAÇÕES técnicas do trilho
Designação: PR6 – Rio Marão, em Amarante
Localização: Ansiães, Amarante
Distância: 14/ 15 quilómetros
Tipo de trilho: Pequena rota circular.
Início do percurso: Centro do Povoado de Ansiães [41° 14′ 55” N ; 7° 57′ 14” W]
Duração prevista: cerca de 4 horas (sem paragens)
Mapa do percurso: Veja aqui o mapa proposto pelo Wikiloc
Nível de dificuldade: Médio (difícil com tempo húmido/nevoeiro)
Época do ano mais aconselhada: Primavera, Verão e Outono
Características do trilho: Património histórico e cultural, trilho de natureza, arquitetura rural e tradicional, paisagens rurais e de montanha
Eram 9h30. A serra é sempre fria assim pela manhã.
Juntamo-nos 18 pessoas, não à volta da fogueira, mas no Largo da Pinha, na freguesia de Ansiães, que é o ponto de partida do PR6 – Rio Marão.
Como é um trilho circular ele pode ser feito nos dois sentidos (e é indiferente o sentido escolhido porque passará sempre pelos mesmo sítios). Nós optamos pelo Sentido 1, que está identificado no painel oficial, e começamos o percurso pela subida que nos leva até à cota de 895 metros. A partir daí começa a descer até regressarmos ao nosso ponto de partida.
Os primeiros metros são feitos entre o casario de pequenos povoados como Eido e Peso. Um “Bom dia!”, sai sempre de uma qualquer janela.
Passados os povoados, entramos nos caminhos de terra batida que nos conduzem pela montanha. Timidamente a paisagem começa a mudar e, sem nos darmos conta, entramos num bonito bosque, com um riacho e uma pequena ponte. Vale a pena parar por lá um pouco e respirar fundo, afinal estamos nas entranhas do Marão. Seguimos o caminho que nos levará até ao viveiro de Trutas do Torno. Continuamos a subir, os casacos já vão na cintura, a respiração fica um pouco mais ofegante, mas os pontos panorâmicos sob o vale do Rio Marão são imperdíveis.
Exploramos um pouco do viveiro de trutas, mas logo iniciámos nova subida até às Minas do Ramalhoso, onde outrora se explorou estanho e volfrâmio. Este caminho reserva-nos uma novidade. É feito ao longo de uma levada de água. O som da água acompanha-nos sempre e o percurso é muito bonito. Apesar de sermos muitos, o silêncio impera. Não pelo esforço da subida, mas por contemplação.
A barriga começou a dar horas e então decidimos parar num lugar privilegiado com um nome apelativo: Cumes da Serra. Mais um ponto paronâmico, mas desta vez sob o vale da Ribeira do Ramalhosa (cota 864 metros). Como não aceitar o convite do sol para ficar?
Daqui seguimos pelo caminho florestal que nos oferece paisagens incríveis durante todo o percurso. Paisagens com a dureza do granito e o serpenteado do xisto. Já diz o ditado popular “Bem alto é o Marão e não dá palha nem grão”. Dessa paisagem faz parte um pequeno túnel fotogénico e uma gruta dada às curiosidades humanas.
Este caminho leva-nos até à Casa do Guarda Florestal do Alto do Espinho, que está abandonada, mas que deixa vislumbrar, pela arquitetura e localização, a importância de antigamente. Lemos algures que se trata da primeira casa construída de raiz pelos Serviços Florestais, em 1919, em Amarante. Um pouco mais à frente encontramos as antigas instalações da unidade industrial das “Águas do Marão”, atualmente desativada. Quem se lembra?
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Atravessamos a Estrada Nacional 15 e entramos na floresta centenária de coníferas e outras árvores imponentes. Ao longe, uma pequena ponte rústica em madeira e o Rio Marão sempre presente. Sabiam que este é um caminho que já serviu, no passado, para os povos da região transporem a Serra do Marão?
Rapidamente esquecemos que a Nacional está ali tão perto porque, na verdade, os sons que se ouvem são os que vêm das águas que correm tranquilamente encosta abaixo e dos nossos pés a pisar as folhas que caem no chão só para adorar aquelas árvores que tocam o céu. É impossível não nos rendermos à beleza deste local.
Até a maior árvore da floresta começa do chão
PR6 – Rio Marão
Ponte medieval de “Val de Baralha”
A partir daqui começamos a descer em direção à aldeia de Ansiães.
O trilho termina, mas a memória manter-se-á por muito tempo.
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Recomendamos vivamente a realização deste trilho e apontamos algumas razões:
✔️ Não apresenta grandes dificuldades e, além disso, está muito bem cuidado e sinalizado.
✔️ É um trilho com grande diversidade paisagísticas, além de as paisagens serem muito bonitas.
✔️ Tem muitas sombras, o que se torna uma boa escolha para os dias quentes e de verão. Merece alguns cuidados em dias de muito frio/ gelo e chuva por se poder tornar mais escorregadio.
✔️ A Freguesia de Ansiães, onde começa o trilho, tem boas infra-estruturas de apoio para o/a caminhante (e.g. estacionamento, café, parque de merenda, com churrasco, etc)
✔️ Está a cerca de 18 km de Amarante, uma cidade lindíssima que merece ser visitada.
Esperamos que as nossas sugestões e imagens vos inspirem a ir e ajudem a preparar a viagem.
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E já sabem… o importante é IR!
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Nuno Soares
Encontrei o vosso site por mero acaso e fiquei logo agarrado por se relacionar com uma assunto que gostamos bastante que são as caminhadas. Adorei ler este artigo que foi o primeiro que encontrei, mas é claro que irei ver outros. Têm muita informação que é útil para quem tem dúvidas sobre o percurso. Sem dúvida que vos irei seguir. O meu muito obrigado pela divulgação destes excelentes trilhos.
Vera Duarte
Olá Nuno, muito obrigada pelo seu comentário e pelas palavras de incentivo! Nós também gostamos muito de fazer trilhos, aliás criamos o projeto #trilhaconnosco. Quem sabe um dia juntam-se a nós! Um abraço.