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Costa da Morte: de Ézaro a Carnota

Neste artigo pretendemos partilhar a nossa visita ao Ézaro e Carnota, na Galiza, e apresentar-vos uma proposta de visita de dois dias, para que possam aproveitar ao máximo esta região que tanto nos conquistou.

Visitamos esta região este verão , aquando da Road Trip, na nossa campervan Borboleta, pela Costa da Galiza. Enquanto não sai o artigo completo, e se quiserem saber mais sobre a nossa viagem por terras galegas pesquisem o hastag #iremviagempelagaliza ou vejam nas nossas redes sociais.

Se gostam de road trips ou são fãs da van life, espreitem a viagem que fizemos pela fronteira portuguesa, de Trás os Montes ao Algarve, percorrendo parques naturais, aldeias históricas e praias fluviais.

Informações práticas

📍Onde fica?

Ézaro e Carnota estão integradas na afamada Costa da Morte, que ocupa o segmento noroeste do litoral galego, dentro dos limites da província da Corunha.

Curiosidade: Dizem que o nome Costa da Morte foi criado pelos tablóides ingleses no final do século XIX dado o grande número de naufrágios que existiam nesta zona, e que os diferentes pueblos recriam nas suas festividades, crenças e lendas e na bravura que lhes dá a identidade. Se há característica desta região são as paisagens mais agrestes e selvagens, moldadas por uma orografia recortada de escarpas e praias infinitas, que nem o passar dos anos consegue domesticar (e ainda bem!).

📍Distâncias:

Porto (Portugal): cerca de 260 km

Finisterra: +|- 30 km

Santiago de Compostela: 66 km

Corunha: 99 km

📍 Quando ir?

É mais ou menos consensual que a melhor época para visitar a Galiza é entre abril e outubro, apanhando as três estações (primavera, verão e outono). As temperaturas são mais amenas e os dias mais longos. A primavera e o outono são ótimos para quem gosta de fazer caminhadas e atividades de natureza. É também a melhor altura para fazer os Caminhos de Santiago. Mas o verão traz-nos o calor e os banhos de mar e a Costa da Galiza é um ótimo destino balnear. Tem praias lindíssimas e selvagens, águas transparentes (apesar de frias) e muita “movida”, ao estilo espanhol. Mas não podemos esquecer que a Galiza tem um clima imprevisível durante todo o ano, por isso, temos de contar poder ter as quatro estações no mesmo dia.

📍O que comer?

A Galiza tem uma grande riqueza gastronómica. O que é imperdível para nós? O pulpo à feira (polvo), os calamares à romana e os chipironis, as empanadas (de qualquer coisa, todas são boas!), os pimentos padrón conhecidos pela popular frase “uns picam e outros non”, os queijos, os mariscos (navalhas, vieiras, percebes, ostras, zamburiñas, etc). Para beber, o vinho Albariño e Ribeiro. Um festim de cores e sabores.

E há uma experiência gastronómica que não devem deixar de fazer que é ir a um Furancho que são casas particulares que disponibilizam parte do seu jardim,  garagem ou terraço para “oferecer” aos visitantes uma cozinha caseira e familiar, feita com produtos locais. Dizem, por lá, que são um dos segredos mais bem  guardados dos galegos.

📍 Onde dormir?

Nós não ficamos a dormir em nenhum alojamento porque fizemos esta viagem numa campervan, mas há três alojamentos na região que acabamos por conhecer por razões diferentes e que deixamos como sugestão: Mar do Ézaro – Boutique Hotel, Pensión Sol Y Mar e Hotel Faro Lariño.

📍Se quiserem mais informações, consultem o site do Turismo da Galiza que vos oferece um mundo de experiências e propostas de rotas. Ou, ao chegar a Carnota, procurem o Posto de Turismo.

🍀

locais a visitar
1. Cascata do rio Xallas ou Cascata de Ézaro

O Ézaro é uma pequena vila de pescadores que fica entre dois colossos da natureza: O Pindo e o cabo Finisterra. No meio, praias de água azul turquesa e a cascata do rio Xallas, que é outro espetáculo da natureza. Dizem que este rio é um dos poucos na Europa que desagua no mar em forma de cascata, caindo de uma altura de quase 100 metros através das rochas graníticas, o que a torna única. Ela é acessível a pé, pelo pelo Centro de Interpretação e da Eletricidade, mas recomendamos que o façam num tour de Kayak. É uma experiência inesquecível. Nós fizemos com a empresa AdventurÉzaro.

2. Miradouro de Ézaro

Subir ao miradouro do Ézaro é outra experiência que não podem deixar de fazer. Lá de cima temos uma vista panorâmica sobre o Monte Pindo, a foz do Xallas, Finisterra e a imensidão do Atlântico. Podem ir de carro ou a pé. Há dois caminho possíveis. Um que tem cerca de 2km, é menos íngreme, e uma melhor opção se for a pé. O outro começa junto à cascata, tem 1.5 km e a subida pode atingir uma inclinação de 30%. Esta estrada foi uma das etapas de La Vuelta (ciclismo), em 2012.

3. “Ruta das Fervenzas” (Rota das Cascatas) em Mazaricos

Para quem fez o Caminho de Santiago-Finisterra, Mazaricos não será um nome estranho. Esta região é abençoada com um património natural muito bonito. Bosques, cascatas, rios e trilhos. A água é o seu elemento central e, por isso, oferece-nos uma rota que nos permite conhecer cinco das suas cascatas – Santa Locaia do Burato, Noveira, Vioxo-Chacín, Gosolfre e Fírvado – que podem ser feitas a pé ou de carro.

Cascata de Fírvado

4. o Monte Pindo, visto a partir da praia de San Pedro.

O Monte Pindo, também chamado de “Olimpo celta” ou “Monte Sagrado”, é colossal. Percebe-se bem a quantidade de lendas e histórias que existem ao seu redor. Não é a sua altura que nos surpreende (627 metros), mas as pedras graníticas que parecem gigantes prontos a ganhar vida. Que não nos falte a imaginação! Mas é impossível não lhe fixar o olhar. A última vez que tivemos essa sensação foi quando visitamos a Ilha do Pico.

Curiosidade: Uma das lendas conta que as pedras gigantes que encontramos quando chegamos ao cimo do Monte seriam, na realidade, guerreiros que defenderam a Rainha Lupa, que há muitos séculos controlava os montes em Finis Terrae, na altura considerado o fim do mundo.

A partir da Praia de San Pedro, temos uma vista fabulosa do Monte Pindo mas, para os mais arrojados, há trilhos que permitem subir até ao cume da Moa. É necessário dedicar-lhe um par de horas e alguma precaução, sobretudo na descida.

5. espigueiros (hórreos) de Carnota e de Lira.

Nas vilas de Carnota e Lira podem encontrar os dois maiores espigueiros da Galiza, que são o resultado da disputa entre estas duas vilas vizinhas. Só em Carnota estão inventariados cerca de 900 espigueiros, mas estes dois são os mais representativos da região.

Curiosidade: O espigueiro de Carnota foi construído em 1768, tem 22 pares de pés, 34 metros de comprimento e 1.90 de largura. O de Lira foi construído entre 1779 e 1814, tem 22 pares de pés, 36.53 metros de comprimento, mas 1.60 de largura.

Curiosidade: Os espigueiros, ou hórreos como lhes chamam, são uma característica identitária da Galiza. São construções de pedra ou madeira, construídas acima do solo por meio de pilares e destinadas a guardar as colheitas. A verdade é que de região para região eles são todos diferentes.

6. Senda Verde de Carnota

A Senda Verde de Carnota é um trilho linear, de 14 km, que liga O Ancoradoiro (Lariño) a Louredo. Vale principalmente pelas suas paisagens panorâmicas e por se cruzar com um outro trilho chamado Museo Arqueolóxico Aberto onde podemos encontrar petroglifos da idade do bronze (Prousos Magos, A Laxe Escrita, Rego Lamoso, O Afilladuiro As Laxiñas), visitar o Castro de Mallou e a Torre dos Mouros.
Optamos por não fazer o trilho completo. Fomos de carro até ao Miradouro de Lira e dali iniciamos o trilho que vai estando sinalizado.

Vista Miradouro do Petroglifo de Laxiñas
7. praia Boca do Rio, a “praia infinita”

A praia de Carnota tem cerca de 7 km de extensão e é a maior da Galiza. Mas tem uma parte, a que chamam Boca do Rio, que é um espetáculo da natureza. Forma piscinas naturais entre as rochas e o mar. Só visto!

Esperamos que este roteiro vos inspire a Ir.

A Costa da Morte e a região de Ézaro e Carnota em especial são um conjunto de momentos únicos. Cultura, história, natureza, aliados a uma segurança e tranquilidade que nos faz querer ficar. Desfrutem de cada momento.

⭐⭐⭐⭐

Esperamos que as nossas sugestões e imagens vos inspirem a ir e ajudem a preparar a viagem.
Sigam as nossas redes sociais e alguma dúvida ou questão, partilhem connosco. Escrevam nos comentários e nós responderemos brevemente.
E já sabem… o importante é IR!

Detalhes
Agosto 2022
Marcelo Andrade, do Ir em Viagem
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