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Trilho de Mixões da Serra, Vila Verde

Neste artigo pretendemos partilhar a nossa experiência pelo PR3 VVD Trilho de Mixões da Serra, em Vila Verde.

Soubemos que o Município de Vila Verde, em Braga, criou uma rede de trilhos, chamada “Trilhos da Nóbrega”, que nos leva a atravessar montanhas, bosques, campos de cultivo e aldeias pitorescas, e lá fomos nós cheios de vontade.

A rede é composta por três trilhos: o Trilho de Aboim da Nóbrega, com cerca de 12 quilómetros e com passagem pelos lugares de Cabo, Fonte Mulhe, Casais de Vida, Lameiras e Aboim. O Trilho do Fojo do Lobo e Nascente do Vade estende-se ao longo de 13 quilómetros pelos lugares de Lameiras, Bemposta, Ameixoeira, Gondomar, Bezeguimbra e Póvoa Dura. O Trilho de Mixões da Serra ‒ Valdreu, também com cerca de 13 quilómetros, prolonga-se por Mixões, Casal (Uveiras), Bezeguimbra e Posto Maior.

Dos três trilhos escolhemos o último – o Trilho de Mixões da Serra – que apresentamos de seguida. Mas antes de falar do trilho uma nota importante e que tem a ver com a Aldeia de Mixões da Serra, que se localiza na freguesia de Valdreu e faz parte das Aldeias de Portugal. O que tem de especial? O seu enquadramento natural e a sua ruralidade num ambiente de montanha, por um lado, e, por outro, o seu padroeiro, Santo António, a quem os locais dedicaram a construção de uma igreja, mais tarde transformada num santuário e lugar de culto e peregrinação. Todos os anos, em junho, a aldeia enche-se de crentes, turistas e emigrantes, para uma grande celebração religiosa chamada a Benção dos Animais. Uma tradição que remonta ao séc. XVII e terá tido origem numa grande peste que vitimou uma boa parte dos animais da aldeia. Ao lado da igreja há uma escadaria que dá acesso a um miradouro onde está a estátua do Santo António, o protetor. Por isso, um conselho, antes ou depois do trilho vá cumprimentar o Santo!

INFORMAÇÕES técnicas do trilho

Designação:  PR3 VVD Trilho de Mixões da Serra
Localização: Vila Verde, Braga
Tipo de trilho: Circular
Sinalização: Muito bem sinalizado
Ponte de Partida e de Chegada: Igreja de Santo António de Mixões da Serra (41.758943, -8.323873)
Distância13.2 km
Duração prevista de ida: cerca de 4 horas
Mapa do percurso: Partilhamos a proposta do Wikiloc e do Alltrails
Nível de dificuldade: Média
Melhor altura para fazer o trilho: Pode ser percorrido em todas as estações, mas as meias estações são sempre mais recomendadas. Como tem muita água e declives, com chuva pode tornar-se mais perigoso.
Características do trilho: Uma viagem no tempo pelas tradições rurais; núcleos rurais, paisagens agrícolas e território montanhoso; marcos culturais e comunitários, como o fojo do lobo e os espigueiros; paisagem de bosque; muitos cursos de água (riachos e pequenas cascatas).

Iniciamos na Igreja de Santo António de Mixões da Serra e optamos por fazê-lo no sentido horário, em direção a sul. Isso significa começar com uma longa descida nos primeiros 3 km, que nos leva até ao vale da cabra. Espetacular, por sinal. Depois de atravessar o rio começamos a subir, por mais de 4 km, até ao Fojo do Lobo (que cruza com o PR2 VVD) e à aldeia de Bezeguimbra.

Sabia que…
O Fojo do Lobo de Gondomar é considerado um dos maiores da Península Ibérica. Tem dois fossos e uma muralha com uma extensão de cerca de 2 km. Com os muros em forma de “V”, os lobos eram atraídos para o seu interior ficando aprisionados. Com a proteção do Lobo Ibérico e a proibição das batidas, os fojos do lobo ficaram inutilizados, contudo, continuam a ser marco cultural das comunidades de montanha.

Ainda que exigente e com alguns troços técnicos, o caminho é muito bonito. É a calçada ladeada de muros vestidos de musgo, o som da água sempre presente, bosques com uma vegetação “home made”, aldeias bem tratadas com os seus espigueiros “decorativos” ou os animais em passeios domingueiros, como se soubessem que estão na terra que os abençoa todos os anos, na altura das festividades de Santo António. Paisagens que nos fazem esquecer a dureza da subida. Os últimos quilómetros são feitos em subidas alternadas com zonas planas.

Fomos cheios de vontade e regressamos rendidos à beleza deste Trilho. Há sempre muita paz na palete de verdes da natureza e nunca regressamos totalmente iguais quando deixamos que ela faça o seu trabalho dentro de nós!

Curiosidade sobre Vila Verde
Sabia que o tradicional e minhoto Lenço dos Namorados tem raízes em Vila Verde? Os lenços era utilizados para fazer declarações de amor e oferecidos como manifestação do seu afeto. Se o jovem retribuísse esse sentimento, assumia publicamente o compromisso ostentando o Lenço ao pescoço. Caso a rapariga não fosse correspondida, o Lenço voltaria às suas mãos. O Lenço dos namorados é, hoje, um elemento intrínseco do imaginário coletivo de uma comunidade.

Detalhes
18 de novembro de 2023
Marcelo Andrade
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